O estudo da Investors Portugal, feito em parceria com a Nova SBE (Nova School of Business & Economics), analisou quase duas décadas de dados (de 2006 a 2024) e avaliou o impacto económico dos fundos de capital de risco e dos fundos SIFIDE.
O estudo “Capital de risco e o SIFIDE em Portugal – Avaliação do Impacto Económico”, apresentado hoje pela Investors Portugal, conclui que o capital de risco tem impacto significativo e duradouro na economia portuguesa, uma vez que potencia crescimento, inovação e competitividade, anuncia a instituição liderada por Lurdes Gramaxo.
Segundo a análise, as empresas apoiadas por fundos de capital de risco crescem mais rápido, contratam mais trabalhadores, pagam melhores salários e tornam-se mais produtivas.
A nível macroeconómico, este financiamento traduz-se em ganhos de PIB, maior capacidade exportadora e reforço da inovação nacional.
Em 100 milhões de euros investidos em capital de risco há um aumento do PIB em 1,01% e das exportações em 1,33 pontos percentuais em 10 anos, conclui o estudo “Capital de risco e o SIFIDE em Portugal – Avaliação do Impacto Económico”.
O capital de risco mais que duplica postos de trabalho e volume de negócios e, mais que triplica a rentabilidade nas empresas investidas e os incentivos aos fundos SIFIDE são decisivos para os resultados e têm um impacto duradouro, tanto nas empresas investidas como nas que investem nos fundo, defende, em resumo, o estudo.
Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal, sublinha que “este estudo é o primeiro em Portugal, realizado por uma entidade independente, que permite demonstrar de forma clara e incontornável a criticidade e relevância do capital de risco no nosso país”.
“O investimento em capital de risco não só promove o crescimento das empresas investidas a todos os níveis – volume de negócios, exportações, postos de trabalho, salários, rentabilidade – como também reforça a sustentabilidade do tecido económico português no longo prazo, com ganhos duradores para trabalhadores, investidores e inclusive o próprio Estado”, revela.
A Investors Portugal agrega e representa a comunidade portuguesa de Business Angels, Venture Capital, Corporate VCs, aceleradoras, incubadoras, plataformas de crowdfunding e outros atores que investem em early-stage.
O documento evidencia ainda que os incentivos fiscais são determinantes para a mobilização de capital privado.
Este é outro dos pontos centrais do estudo, a relação custo-benefício dos incentivos fiscais. Os autores concluem que o custo inicial para o Estado português é temporário, mas os efeitos sobre empresas e economia são permanentes.
O impacto positivo em emprego, impostos e crescimento económico supera largamente a despesa fiscal. No primeiro ano, as despesas adicionais de IVA, IRS contribuições sociais e IRC superam o custo do incentivo.
Com esta apresentação, a Investors Portugal reforça o apelo para que os decisores políticos consolidem e ampliem os instrumentos fiscais que suportam o capital de risco, de forma a garantir que Portugal se posiciona ao nível dos grandes polos de inovação da Europa.
Em detalhe o estudo revela que o SIFIDE tem sido essencial para canalizar investimento para fundos de capital de risco, permitindo às empresas investidas ganhar escala, aumentar a produtividade e melhorar as condições oferecidas aos trabalhadores.
Nas empresas financiadas via fundos SIFIDE, o emprego cresce entre 50% a 60%, o investimento tangível aumenta 60% e o investimento em ativos intangíveis mais do que duplica. Ao mesmo tempo o volume de negócios e os lucros crescem mais do dobro.
O relatório sublinha ainda que estender benefícios semelhantes a todos os fundos de capital de risco e garantir previsibilidade dos mecanismos de incentivo é crucial para consolidar e ampliar o impacto no ecossistema empreendedor português.
“O nosso estudo mostra de forma clara que o capital de risco tem um impacto estrutural na economia portuguesa: as empresas investidas contratam mais, pagam melhores salários, tornam-se mais produtivas e vendem mais, incluindo para o exterior”, afirma João Duarte, autor do estudo e professor associado com agregação da Nova SBE.
“Através do SIFIDE, conseguimos atrair investidores para financiar inovação e I&D, o que gera retornos fiscais que superam largamente o custo do incentivo. Se quisermos colocar Portugal ao nível dos grandes polos de inovação europeus, é essencial reforçar, expandir e estabilizar estes mecanismos de forma duradoura”, acrescenta o autor.
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