O ex-presidente do governo regional [Generalitat] da Catalunha, Carles Puigdemont, fugido na Bélgica e perseguido por alegados delitos de sedição e má gestão no âmbito do caso do referendo pela independência da região em outubro de 2017, apelou ao governo espanhol que “assuma a sua responsabilidade”.
“Concordo com o apelo [de hoje feito pelo atual chefe da Generalitat, Quim Torra] ao governo espanhol para que assuma sua responsabilidade e retorne à mesa de negociações. Agora é a hora de reconhecer um problema político muito importante e fazer política. Os governos existem para fazer isso, não para iludir sua responsabilidade”, escreveu Puigdemont, hoje eurodeputado em Bruxelas, na sua conta Twitter.
I agree with the call upon the Spanish government to face its responsibility and return to the negotiating table. Now is the time to recognize a very important political problem, and do politics. Governments are in place to do this, not to elude their responsibility.
— krls.eth / Carles Puigdemont (@KRLS) October 19, 2019
Desta forma, Carles Puigdemont manifestou mais um vez apoio ao atual governo regional, chefiado por Quim Torra. Este sábado, Quim Torra solicitou ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que agende uma reunião para dar início a “conversações e negociações imediatas” para uma solução política na Catalunha.
Ainda não houve qualquer diálogo entre Torra e Sánchez sobre a Catalunha desde o início dos protestos e, além de pedir uma reunião com Madrid, o chefe da Generalitat, apelou a que os protestos sejam pacíficos. “A violência não é a nossa bandeira”, disse.
Os protestos populares contra as penas de prisão até 13 anos por sediação, aos líderes políticos catalães envolvidos no referendo inviabilizado de outubro de 2018, já vão no quinto dia consecutivo.
Puigdemont escapa à prisão
Radicado na Bélgica, Carles Puigdemont, que se entregou voluntariamente às autoridade belgas na sexta-feira, acabou por sair em liberdade “sob condições” sem fiança.
Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, Puigdemont disse que ficou obrigado a manter residência fixa no país e a prestar informações caso pretenda sair da Bélgica.
Acusado de delitos de sedição e má gestão de fundos públicos no âmbito do “Processo” – assim ficou conhecido o caso alusivo à tentativa de independência catalã há dois anos – encontra-se fugido na Bélgica desde 2017.
“A polícia conduziu-me a um juiz que tomou conta das minhas declarações e que acaba de ditar as condições da minha liberdade sem fiança com possibilidade de sair da Bélgica após autorização e a fixar a residência, onde já moro, de forma legal”, explicou.
O juiz belga acrescentou, segundo o político catalão, que deve “estar disponível para ser ouvido pelas autoridades quando for necessário”.
“Continuo a gozar dos meus direitos”, contou.
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