Presidente dos socialistas assume a derrota também nos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa, pede união no partido e foco máximo no desafio autárquico. Depois, “teremos tempo para refletir e para corrigir percursos e voltar a merecer uma confiança reforçada dos portugueses”, defende César, numa resposta àqueles que queriam que a reflexão se fizesse antes de escolhido o novo líder. César escreve também que o partido não deve ser “um espaço de confinamento e de acomodação”, mas sim “instrumento de participação e de inovação”.
Carlos César, secretário-geral interino e presidente do Partido Socialista, assume que os votos dos círculos da emigração, que ainda estão a ser contabilizados, deverão colocar o partido como terceira força política, desempatando em número de deputados com o Chega. Numa publicação feita nas redes sociais esta quarta-feira, César traça ainda os objetivos do partido para os próximos tempos, que deverá passar pela união.
“Tal como já se esperava após terem sido conhecidos os resultados no território nacional, o PS deverá passar a ser o terceiro maior partido em número de deputados depois de apurados os votos nas comunidades, na Europa e fora da Europa”, escreveu o presidente do PS, acrescentando que a partir do próximo dia 28 de junho – data das eleições internas que, para já têm apenas José Luís Carneiro como candidato único – “só pode haver um caminho”: “unidos, a remar para o mesmo lado e valorizando os melhores para estarem connosco nas eleições autárquicas”. “Portugal precisa do melhor que sejamos capazes”, enfatiza.
Numa mensagem que soa a uma resposta implícita a Mariana Vieira da Silva que ainda esta quarta-feira criticou o facto de o partido avançar já para eleições internas sem que antes se fizesse uma “reflexão”, Carlos César defende que, depois das autárquicas, “teremos tempo para refletir e para corrigir percursos e voltar a merecer uma confiança reforçada dos portugueses”.
A missão, agora, é apostar tudo nas autárquicas do próximo outono, sustenta César, não deixando também de dar uma palavra sobre o que o partido deve ser no reerguer da derrota histórica do passado dia 18. “Agora que estamos a finalizar as nossas listas candidatas às freguesias e aos municípios, temos a obrigação de demonstrar, na conclusão das nossas candidaturas, que percebemos que o partido deve ser um instrumento de participação e de inovação e não um espaço de confinamento e de acomodação”, conclui o presidente dos socialistas.
Tanto Mariana Vieira da Silva, antiga ministra e braço direito de António Costa no último governo PS, como Fernando Medina, ex-ministro das Finanças, assumiram que ponderaram apresentar-se como candidatos à liderança, mas
afastaram a hipótese por entenderem não ter condições para o fazer depois de José Luís Carneiro ter avançado logo na primeira hora.
Em entrevista à Antena 1, na manhã desta quarta-feira, Vieira da Silva voltou a defender que a disputa interna devia ocorrer depois das autárquicas, entendendo que César podia liderar o partido até essa altura, e atirou uma crítica: “Como é possível antes de fazer a reflexão, escolhermos o líder?”