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Carlos Guimarães Pinto diz que é urgente combater “nivelamento de rendimentos por baixo” do socialismo

O ex-presidente do Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, considera que o facto de a direita não ter o combate às desigualdades como tema prioritário levou à prevalência das teorias socialistas na sociedade, focadas naquilo a que chama a “igualdade na pobreza”.
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Manuel Fernando Araújo/Lusa
10 Março 2020, 12h15

O ex-presidente do Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, alertou esta terça-feira para a necessidade dos partidos da direita apresentarem uma “alternativa ao nivelamento de rendimentos por baixo” do socialismo. Carlos Guimarães Pinto considera que o facto de a direita não ter o combate às desigualdades como tema prioritário levou à prevalência das teorias socialistas na sociedade, focadas naquilo a que chama a “igualdade na pobreza”.

“Hoje em dia, [o combate às desigualdades] não é uma questão que deixe a direita entusiasmada, porque a esquerda ocupa basicamente toda essa área com o seu discurso populista”, disse Carlos Guimarães Pinto, numa intervenção sobre as novas desigualdades, em termos de rendimentos e de acesso aos serviços públicos e privados saúde, educação e justiça e a degradação da mobilidade social, na segunda edição da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), a decorrer na Culturgest, em Lisboa.

O ex-líder dos liberais disse, na sua intervenção, que “é muito mais fácil para a esquerda ter um discurso contra a desigualdade”, porque foi “sempre o seu discurso” e “tem os argumentos já muito bem preparados”. Carlos Guimarães Pinto entende que o socialismo contraria a desigualdade “em todos os seus extremos” (à partida e à chegada), com “políticas de estatização” dos serviços, sobretudo no que toca à saúde e educação, o que tem como “fim lógico” que o combate às desigualdades seja feito através de uma “igualdade absoluta”: a igualdade na pobreza.

Sendo o ex-líder do Iniciativa Liberal, a desigualdade social que existe em Portugal, em termos de mobilidade social e coesão territorial, deve-se em parte a essas políticas socialistas, que conduziram o país a um empobrecimento geral, que, segundo Carlos Guimarães Pinto, se “arrastou inclusive àqueles que estão no topo da hierarquia social”.

E exemplificou: “Hoje, quem ganha 3 ou 4 mil euros neste país, está no topo da hierarquia social. com um salário que, noutros países daria para um classe média baixa, mesmo ajustado ao poder de compra. Porquê? Porque aceitamos nivelar o país por baixo porque as políticas socialistas aceitaram que a melhor forma de acabar com a desigualdade é nivelarmos todos por baixo. Mas não é”.

Carlos Guimarães Pinto defendeu que os partidos da direita não deve cruzar os braços perante este cenário, mas apresentar uma alternativa para combater as desigualdades. “Devemos ter um discurso claro que mostre que há uma alternativa ao nivelamento por baixo, que é dar mais oportunidades de partida para todos para que todos tenham a oportunidade de chegar mais alto à chegada”, sublinhou.

“Quando temos uma esquerda que quer estatizar a prestação de serviços de educação e saúde, que contribuem efetivamente para a desigualdade no acesso, temos de apresentar alternativas. Quando a desigualdade ocorre porque existe uma opção política de estatizar este tipo de serviços, então a direita, a não-esquerda ou a área não-socialista pode ter o discurso bem formado pela mobilidade social”, concluiu Carlos Guimarães Pinto.

Segundo as estatísticas mais recentes do Eurostat, relativas a 2018, Portugal é o sexto país da União Europeia (UE) onde o fosso entre ricos e pobres é maior, apesar de se ter registado uma ligeira melhoria na distribuição de rendimentos em relação ao ano anterior. Pior do que Portugal (5,22) estão apenas a Bulgária (7,66), Roménia (7,2), Letónia (6,8), Espanha (6,03) e Grécia (5,5).

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