Lisboa é uma cidade de 546 mil habitantes, recebe à volta de um milhão de pessoas que nela vem trabalhar e 38 mil turistas por dia, em média. O turismo é 20% da economia e são 25% do emprego da cidade. O retrato é traçado por Carlos Moedas, presidente da Câmara.
São “40 mil em relação a um milhão que entrou na cidade. Não podemos dizer, nem afirmar, que estamos numa situação de turismo a mais”, afirma esta quinta-feira, 26 de setembro, em entrevista ao Hora da Verdade, programa da “Rádio Renascença” e do jornal “Público”.
Carlos Moedas admite, no entanto, que há turismo a mais em certas zonas da cidade, porque elas vão todas para o mesmo sítio. “Estão concentradas”. Aponta o dedo ao terminal de cruzeiros – “é um turismo que não interessa à cidade”. Afirma que nunca o teria autorizado e que se pudesse reverter a situação e não ter cruzeiros em Lisboa, “revertia”. Refere que a concessão é de 20 anos.
Medidas? Lembra que duplicou a taxa turística – para quatro euros – e que o fez para “haver aqui alguma regulação no próprio número de turistas e na qualidade dos turistas que vêm para Lisboa”. Lembra também que está a construir hoje, culturalmente, equipamentos que não estejam todos na mesma zona da cidade, caso do Museu Julião Sarmento, que inaugura a 4 de novembro.
As pessoas de fora nunca são um tema fácil: “A extrema-direita não gosta das pessoas que vêm para Portugal, que são pobres e que vêm procurar uma vida melhor e que nós temos que ajudar. A extrema-esquerda não gosta dos turistas porque são ricos. Estamos sempre nessa luta dos extremos”, justifica.
Na entrevista, Carlos Moedas, que um tanto inesperadamente venceu a corrida à capital, diz ainda querer limitar o número de TVDE na capital e apesar de admitir problemas “pontuais” na recolha do lixo, acredita que Lisboa não está pior do que capitais como Bruxelas ou Paris.
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