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Caso Spinumviva: Pedro Nuno acusa Montenegro de “intimidar jornalistas”

Líder socialista critica Luís Montenegro e outros dirigentes do PSD por “não terem respeito pela liberdade de imprensa”, acusando-os de fazerem tudo o que “está ao seu alcance”, incluindo intimidar jornalistas, para impedir que as obrigações declarativas do ainda primeiro-ministro sejam reveladas.
2 Maio 2025, 10h59

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, acusa o ainda primeiro-ministro Luís Montenegro de “intimidar jornalistas” para que não revelem as suas obrigações declarativas – “aquilo que é obrigatório ser revelado por lei” e que “já devia ter sido divulgado há um ano”, colocando assim em causa “a confiança nas instituições”.

O líder socialista reagia assim, na manhã desta sexta-feira, às declarações do PSD sobre a suposta fuga de informação relacionada com os clientes da Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro, tendo inclusivamente os social-democratas pedido à Entidade da Transparência para divulgar quem acedeu ao processo e considerado tratar-se de um “crime”.

Para o secretário-geral do PS, a reação dos dirigentes do PSD mostra que, “afinal, Luís Montenegro não queria mesmo revelar todos os nomes dos clientes e que atrasou ao máximo aquilo que era uma obrigação declarativa” ao remetê-la à Entidade da Transparência numa altura de pré-campanha, de modo a que “os nomes não fossem conhecidos até à data das eleições” do próximo dia 18.

“A questão que se coloca não é como é que Luís Montenegro é primeiro-ministro, a questão que se coloca é como é que Luís Montenegro ainda é candidato a primeiro-ministro de Portugal”, disse, e repetiu, Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas em Torres Vedras. “Que clientes estava a querer esconder?”, perguntou também, acrescentando que a “única forma” de ser feito o escrutínio do conflito de interesses é mesmo “conhecerem-se os clientes com quem Luís Montenegro teve uma relação profissional”.

Ainda sobre o posicionamento do PSD em relação à divulgação da declaração de interesses que Luís Montenegro substituiu apenas na véspera do debate com Pedro Nuno Santos, o secretário-geral do PS criticou os social-democratas por não terem “respeito pela liberdade de imprensa”.

“É mesmo preocupante, é grave, que dirigentes do PSD estejam, neste momento, a tentar atacar o trabalho dos jornalistas. Não é a primeira vez que, infelizmente, dirigentes deste partido, incluindo o líder da Aliança Democrática (AD), fazem declarações que não são abonatórias para a liberdade de imprensa”, atirou Pedro Nuno Santos, para quem se ultrapassaram agora “todos os limites daquilo que é aceitável”.

Pedro Nuno Santos aproveitou as declarações aos jornalistas para lamentar o espetáculo “triste” que teve lugar no Palácio de São Bento, no 1.º de Maio, com o concerto de Tony Carreira, acusando a AD de “falta de pudor”. “Nunca um governo do PS faz em campanha eleitoral aquilo que Montenegro fez com dinheiros públicos”, atirou, dirigindo um pedido a quem votou, há um ano, na coligação que junta PSD e CDS, e está “envergonhado com todas estas notícias sobre Luís Montenegro, as suas relações profissionais e a sua forma de estar na política”: “podem confiar no PS, é uma mudança segura.”

Questionado diretamente sobre se o PS entende que a divulgação dos dados da Entidade da Transparência configura um crime ou se aquela informação é de divulgação pública, Pedro Nuno Santos respondeu: “Não podemos vir o mundo ao contrário, temos dirigentes do PSD a fazer um ataque à liberdade de imprensa e ao trabalho dos jornalistas, e ao mesmo tempo, um ainda primeiro-ministro que faz tudo o que está ao seu alcance, inclusivamente intimidar jornalistas, para que não revelem aquilo que é obrigatório ser revelado por lei, aquilo que por lei já devia ter sido declarado há um ano (…) o ainda primeiro-ministro está a pôr em causa a confiança nas instituições.”

 

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