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Caso Tancos: Costa disponível para esclarecimentos na CPI, Marcelo nega contactos com diretor da PJM

Primeiro-ministro estará disponível para esclarecimentos na CPI sobre o desaparecimento de material detetado no final de junho do ano passado. Presidente nega qualquer contacto entre Belém e a Polícia Judiciária Militar.
3 Novembro 2018, 09h35

O polémica sobre o caso Tancos continua a envolver os mais altos dirigentes do país. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garante que não teve conhecimento sobre o alegado encobrimento do caso, enquanto o Primeiro-ministro, António Costa estará disponível para esclarecimentos.

O Presidente da República, em declarações ao jornal Público, garante que “se pensam que me calam, não me calam”, a propósito das notícias que terão existido contactos entre a Presidência e o director da Polícia Judiciária Militar (PJM). “Nunca falei com o director da Polícia Judiciária Militar”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Já o primeiro-ministro, António Costa, estará disponível para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o ‘caso Tancos’, noticia o Expresso na edição impressa deste sábado, 3 de novembro.

Questionado pelo jornal semanal, fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro disse que António Costa está “obviamente, totalmente disponível para responder à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Tancos”.

A Assembleia da República votou favoravelmente da criação de uma CPI para investigar as consequências e responsabilidades políticas do furto de material militar em Tancos, proposta pelo CDS-PP. Em causa está o desaparecimento de material detetado no final de junho do ano passado. Na lista do arsenal roubado encontravam-se quase 1.500 munições de nove milímetros, mais de 100 granadas de mão de diversas valências, 44 granadas-foguete antitanque de 66 mm e vários explosivos de elevada potência. O material foi encontrado encontrado na zona da Chamusca, a 21 km dos paióis de Tancos. A Polícia Judiciária Militar recuperou quase todo o material militar que tinha sido furtado, à exceção de munições de nove milímetros.

O Tribunal de Instrução Criminal em Lisboa abriu um processo para averiguar o caso e no âmbito da operação “Húbris”, como ficou conhecida, foram constituídos nove arguidos, sete militares e dois civis. Entre os detidos encontra-se o diretor-geral da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira.

As suspeitas de que o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, teria conhecimento do encobrimento do caso criaram uma crescente tensão no Governo, que levou à demissão do governante.

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