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Casos de corrupção expõem autoridades de Espanha e Portugal

A condenação de José Sócrates e de Iñaki Urdangarin merecem destaque da imprensa brasileira este sábado.
16 Junho 2018, 13h45

A condenação de Iñaki Urdangarin, cunhado do rei Felipe VI da Espanha, a cinco anos e dez meses de cadeia expôs um quadro de suspeitas de corrupção por políticos e pessoas ligadas ao poder na Europa. No dia 13, foi condenado por desvio de fundos, prevaricação, fraude contra o Erário, delitos fiscais e tráfico de influências.

O ex-atleta de andebol é casado com a infanta Cristina de Bourbon, irmã do rei. Espanha e Portugal estão no foco de uma série de investigações sobre corrupção e enfrentam escândalos envolvendo o nome de autoridades e políticos.

Portugal

Em Portugal, a “Operação Marquês”, iniciada em 2014, revelou que José Sócrates, primeiro-ministro do país entre 2005 e 2011, esteve envolvido em 31 crimes, entre eles, o de corrupção, fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Sócrates foi detido preventivamente em 2014, ficando nove meses na cadeia. Em 2015, passou a cumprir prisão domiciliar e aguarda julgamento em liberdade.

O Partido Socialista (PS), após anos de silêncio em relação ao caso, procura distanciar-se da imagem de Sócrates. António Costa, atual primeiro-ministro de Portugal, foi ministro na administração de Sócrates.

Ao saber das denúncias, António Costa manteve-se neutro e defendeu a presunção de inocência de Sócrates. Uma frase sua tornou-se célebre em terras portuguesas: “à Política o que é da Política, à Justiça o que é da Justiça”. Mais recentemente, no último congresso do Partido Socialista, em maio, Costa procurou afastar-se da figura de Sócrates.

Espanha

Enquanto em Portugal o PS se tenta desvincular da imagem de um político acusado de corrupção, na Espanha é o ex-primeiro ministro Mariano Rajoy que tenta desvencilhar-se da imagem do partido corrompido.

No começo deste mês, Rajoy perdeu o cargo em moção de censura. O Partido Popular (PP) está no centro de uma gigantesca investigação de corrupção envolvendo políticos e empresários há décadas. A Audiência Nacional espanhola condenou 29 dos 37 acusados a penas que totalizam 351 anos de prisão.

É a primeira vez desde a redemocratização do país, nos anos 70, que um primeiro-ministro é forçado a sair do cargo por perder apoio do parlamento. O Caso Gürtel – nome pelo qual ficou conhecida a investigação sobre a rede de corrupção envolvendo o PP – envolve um esquema que pode ter lesado os cofres públicos em mais de 40 milhões de euros entre 2000 e 2008.

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