Os partidos de esquerda independentista da Catalunha estão a organizar uma espécie de ‘esquadrões’ que tentam controlar os focos de violência que se têm visto nas manifestações que sitiaram Barcelona desde há quase uma semana. O controlo destes focos de violência – que muitas vezes são eles mesmo violentos – tem permitido uma descida da tenção no interior das manifestações e, por outro lado, acabou por ajudar as autoridades policiais a identificar os causadores da violência.
Segundo os jornais espanhóis há um grupo de cerca de dois mil jovens que está identificado como o causador da violência organizada que se tem verificado ao longo destes últimos dias (e principalmente noites) em Barcelona. A polícia sabe que este grupo é liderado por cerca de 500 ‘profissionais’ – aqueles que estão à cabeça das manifestações violentas, apoiados por 1.500 jovens de ‘segunda linha’, que têm a função de ‘abastecer’ a primeira linha de material de arremesso, de evacuar eventuais feridos e de os substituir.
Na noite de ontem, nova manifestação foi organizada para as ruas de Barcelona. E quando parecia que seria possível manter a civilidade entre manifestantes e polícia, a violência acabou por irromper.
A própria polícia está surpreendida. “Nunca vimos tanta violência contra nós”, dizem fontes policiais citadas pelo EL Pais. Na sexta-feira, este grupo organizado e em permanente contato entre si, mantive uma batalha campal contra a polícia que durou mais de sete horas. Coqueteis molotov, bolas de aço, garrafas com ácido e fogo de artifício foram as armas usadas pelo grupo. “Eles são treinados”, insiste a mesma fonte.
A polícia sabe que alguns destes ‘comandos’ pertencem a grupos de anarquistas, até agora afastados da causa da independência. Muitos são espanhóis mas há também italianos e gregos que vivem na Catalunha há vários anos. A polícia teme que o conflito se torne um pólo de atração internacional e garante que já detectou anarquistas alemães dispostos a participar.
A violência não aconteceu só em Barcelona: a Polícia Nacional espanhola fez uma carga contra centenas de manifestantes em Madrid, depois de estes terem cortado a avenida Gran Via, após uma marcha de quatro mil pessoas que pediram “amnistia para todos os presos políticos”.
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