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CCA procura novo parceiro internacional

Carlos Barbosa da Cruz, sócio fundador do escritório, considera indispensável um alinhamento internacional, para acompanhar melhor os clientes. “A CCA começou como uma empresa familiar, mas não é uma empresa familiar”, afirma ao Jornal Económico.
13 Outubro 2019, 19h30

A CCA está a celebrar os 70 anos e prepara-se para criar novas parcerias internacionais, depois de se ter desintegrado da rede Ontier por “discordância sobre a visão estratégica”, disse Carlos Barbosa da Cruz, ao Jornal Económico. Em entrevista, o advogado recorda o percurso do pai, Fernando Cruz, de quem herdou a paixão pela arte e com quem percorria os corredores do Museu do Prado para analisar ao pormenor as obras de Diego Velázquez. Hoje, está de volta à universidade, onde frequenta o mestrado em História da Arte na vertente contemporânea, e quando completar a idade da firma deverá deixar de ser sócio, mas manter-se ligado ao escritório.

Se o seu pai, o fundador, estivesse nesta sala estaria orgulhoso da sociedade agora septuagenária?
Tenho muita dificuldade em falar do meu pai porque tinha com ele uma relação muito chegada. Éramos sócios, companheiros e muito amigos. Quando festejámos os 70 anos achei curioso, e não muito frequente, que no mesmo local e sem a chamada solução de continuidade, se exercesse a mesma atividade durante este período. Não existem exemplos de uma sequência temporal tão dilatada, e isso confere a esta casa uma característica especial. A celebração teve como pressuposto uma homenagem ao trabalho que o meu pai, como advogado, decidiu empreender. Acho que se hoje fosse vivo teria com certeza orgulho no prosseguimento da sua obra e dos seus valores. O meu pai tinha uma ética profissional completamente rigorosa, e eu tenho procurado transmitir esses valores no dia a dia desta sociedade. Acho que a memória dele subsiste.

A CCA foi fundada num contexto social e político-económico distinto. Como foi lançar a primeira pedra?
Em 1949 o meu pai instalou-se neste imóvel e iniciou uma prática individual, como era, na altura, aquilo que se fazia. Os advogados trabalhavam sozinhos, tinham os seus estagiários, mas tudo era centrado na pessoa, no prestígio e na capacidade de trabalho do advogado. Lembro-me que havia pessoas que esperam três e quatro horas na sala para falar com o meu pai, porque estavam muito dependentes do conselho dele, da sua experiência. De 1949 até aos anos 70 foi um escritório centrado na figura do Dr. Fernando Cruz. O meu pai inscreveu-se na Ordem [1942] no Porto, onde viviam os meus avós. Sei que teve um princípio de vida como assistente do delegado do Ministério Público do Tribunal de Trabalho do Porto. Depois, casou com a minha mãe e vieram todos viver para Lisboa, o que teve como resultado a sua instalação aqui. É um assunto que tem uma certa graça, porque, não só se instalaram aqui o meu pai como o pai dele e os meus tios todos. Tinha um tio arquiteto que tinha aqui o seu ateliê, dois fizeram uma sociedade de marcas e patentes chamada J Pereira da Cruz e o escritório de advogados. Caracterizava o espírito de família existente. Estávamos numa época em que o círculo familiar era extremamente intenso. A partir dos anos 70, entrei eu. Tirando alguma vontade em ser treinador de futebol, nunca coloquei a mim mesmo outra questão que não fosse ser advogado.

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