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CDS explica contestação ao lugar do Chega no Parlamento: “André Ventura pode cansar-se e dizer ‘olhe, basta, chega’”

Os democratas-cristãos dizem que o acesso ao lugar onde vai ficar sentado André Ventura é “muito estreito” e vai exigir que os centristas saiam do lugar para o deixar passar. Telmo Correia argumenta que André Ventura “pode cansar-se e dizer ‘olhe, basta, chega'” aos deputados do CDS.
23 Outubro 2019, 11h46

O CDS-PP explica que contestou a atribuição de um lugar ao único deputado eleito pelo Chega, André Ventura, na ala direita da Assembleia da República, não por uma questão política, mas por “uma questão prática”. Os democratas-cristãos dizem que o acesso ao lugar onde vai ficar sentado André Ventura é “muito estreito” e vai exigir que os centristas saiam do lugar para o deixar passar.

“A única coisa que o CDS-PP disse na conferência de líderes anterior foi que, por uma questão de funcionamento do grupo e até de recato do grupo, dos deputados do grupo poderem falar entre si, nós somos o único grupo que temos um deputado que não é do grupo dentro do nosso espaço. Não acontece com mais nenhum”, afirmou o deputado centrista Telmo Correia, à saída da conferência de imprensa que decorreu esta quarta-feira na Assembleia da República.

A contestação apresentada pelo CDS-PP na Assembleia da República levou o presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, a propor a criação de um novo acesso à segunda fila do lado direito.

Telmo Correia nota que os centristas são o único grupo parlamentar que tem um deputado de outro partido no mesmo espaço. “É um bocadinho desagradável termos de estar permanentemente a pedir a um outro deputado de um outro partido que não é o nosso para, passo a expressão, se chegar para lá – não é nenhum trocadilho – até porque o deputado pode cansar-se e dizer ‘olhe, basta, chega'”, sustentou.

“Por experiência própria, porque aqueles lugares já eram nossos na legislatura anterior, o acesso à segunda fila é um acesso muito estreito, tem uma passagem muito difícil. Não se trata de nós estarmos incomodados com ninguém, nem a questão sequer é uma questão política”, assegurou Telmo Correia.

Por sua vez, nas redes sociais, o Chega ironizou: “Se as obras para a tal porta forem como as da ala pediátrica do Hospital de São João, quando acabarem já o CDS não tem deputados”.

Na próxima conferência de líderes, a questão da distribuição de lugares pode ser revista, tendo em conta que esta configuração do Parlamento é válida apenas para a primeira sessão plenária da XIV legislatura. Os novos partidos (Chega, Iniciativa Liberal e Livre) vão ficar todos sentados na segunda fila. O deputado do Chega vai ficar mais à direita, enquanto o da Iniciativa Liberal vai sentar-se entre PSD e CDS-PP e a deputada do Livre vai ficar entre PCP e PS.

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