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CDS-PP apela ao Governo para que antecipe férias escolares da Páscoa

Os democratas-cristãos entendem que a decisão de encerrar escolas e estabelecimentos de ensino tem sido tomada de forma “casuística e pouco concertada” e recomendam ao Executivo de António Costa que comunique “imediatamente” às escolas a alteração ao calendário letivo para prevenir a propagação do vírus.
  • Cristina Bernardo
11 Março 2020, 08h05

O CDS-PP apela ao Governo para que antecipe o período de férias escolares da Páscoa, como “medida preventiva” devido ao surto do novo coronavírus (Covid-19). Os democratas-cristãos entendem que a decisão de encerrar escolas e estabelecimentos de ensino tem sido tomada de forma “casuística e pouco concertada” e recomendam ao Executivo de António Costa que comunique “imediatamente” às escolas a alteração ao calendário letivo para prevenir a propagação do vírus.

“Face à transmissão tremendamente rápida que o Covid-19 está a ter, a gravidade desta situação justifica, no entender do CDS-PP e respondendo às solicitações de autarcas, pais e vários responsáveis da área, que deve ser ponderado, com urgência, antecipar o período de férias escolares da Páscoa, de modo a prevenir a propagação do vírus”, lê-se no projeto de resolução entregue esta terça-feira pela bancada parlamentar do CDS-PP na Assembleia da República.

De acordo com calendário escolar anunciado pelo Governo para o ano letivo de 2019/2020, as férias da Páscoa devem começar a 30 de março de 2020 e prolongar-se até 13 de abril de 2020. O primeiro-ministro, António Costa, já veio admitir a possibilidade de vir a encerrar temporariamente as escolas e estabelecimentos de ensino em todo o país, “se for do entendimento [do conselho nacional de saúde pública] que se deve generalizar o encerramento das escolas”.

A reunião entre o Governo e o conselho nacional de saúde pública está marcada para esta quarta-feira e António Costa garante que a decisão que resultar desse encontro será adotada “imediatamente”.

Ao longo desta terça-feira, foram várias as escolas e estabelecimentos de ensino que anunciaram a suspensão de aulas presenciais. Foi o caso das escolas dos concelhos de Lousada e Felgueiras, no distrito do Porto, do liceu francês Charles Lepierre de Lisboa, do Instituto Superior de Tecnologias Avançadas (ISTEC), do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico do Porto, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), entre outras.

Em causa está surto de Covid-19, que, desde a semana passada, está a motivar o encerramento ou o condicionamento do acesso a vários serviços públicos em Portugal. Trata-se de uma medida de prevenção ou devido a casos suspeitos e confirmados. Portugal conta 41 casos confirmados de infeção por coronavírus. No total, existem 375 casos suspeitos, com 83 a aguardarem resultado laboratorial. Há ainda 667 cidadãos que estão em contacto de vigilância pelas autoridades de saúde, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O CDS-PP apela que “o risco de contágio pelo novo coronavírus tem vindo a aumentar continuamente” e cita o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), que dá conta de 113.672 casos confirmados em 110 países. “A ameaça desta epidemia transformar-se em pandemia é cada vez mais real”, alertam os democratas-cristãos.

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