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CDS-PP critica “falta de estratégia” do Governo e saúda regresso das reuniões no Infarmed

O vice-presidente do CDS-PP, Filipe Lobo d’Ávila, considera que as novas medidas restritivas são “incompreensíveis” e saúda o regresso das reuniões no Infarmed para que o Executivo socialista se possa aconselhar junto dos especialistas na definição de uma estratégia de combate à Covid-19.
  • Filipe Lobo D’ávila
18 Novembro 2020, 13h04

O CDS-PP criticou esta quarta-feira as medidas de contenção da pandemia da Covid-19, dizendo que o Governo revelou “um desnorte” e “falta de estratégia” preocupantes. O vice-presidente do CDS-PP Filipe Lobo d’Ávila considera que as novas medidas restritivas são “incompreensíveis” e saúda o regresso das reuniões no Infarmed para que o Executivo se possa aconselhar junto dos especialistas sobre a estratégia a adotar.

“As medidas que [o Governo] pôs em prática só trouxeram mais confusão e mais perturbação num momento que sabemos que é difícil e no qual todos temos de estar unidos. (…) Desse ponto de vista, o Governo deixa muito a desejar”, afirmou Filipe Lobo d’Ávila, à saída de um encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, sobre o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) e o estado de emergência.

O ‘vice’ democrata-cristão concorda com a criação de um mapa de risco com diferentes escalões em função do risco de contágio, mas lamenta que o Executivo socialista não tenha logo avançado com esta medida, que o CDS-PP já tinha proposta “há mais de um mês”. Disse ainda que é “absolutamente bizarro e inusitado” que a proposta surja após ter sido decretado confinamento obrigatório nos concelhos mais afetados pela pandemia.

Para o CDS-PP, o confinamento ao fim de semana a partir das 13h00 nos concelhos de maior risco e o restante “conjunto de regras generalizadas a quase todo o país” são “regras completamente incompreensíveis”. “Quando o objetivo é prevenir contactos e, dessa forma, prevenir contágios, a verdade é que acabou por concentrar populações em determinados horários, em grandes superfícies, centros comerciais e supermercados”, lamentou.

“Isso é compreensível e demonstra um desnorte total e uma falta de estratégia que é muito preocupante”, salientou.

Dada a “impreparação do Governo” para a segunda vaga da pandemia, o CDS-PP saudou ainda o regresso de uma reunião com especialistas e responsáveis políticos no Infarmed. Tal como o Jornal Económico avançou, a reunião está marcada para esta quinta-feira, às 10h00, e terá como objetivo fazer a avaliação da situação epidemiológica e discutir a eventual renovação do estado de emergência.

“A reunião de amanhã será preliminar, preparatória das decisões que vão ser tomadas pelo Governo e que darão corpo e substância à declaração do estado de emergência. A ideia com que fiquei foi que o Governo precisava de ouvir especialistas”, disse, acrescentando que “o Governo já demonstrou que não tem uma estratégia para responder a este momento que é muito sério”.

Sobre uma eventual renovação do estado de emergência, Filipe Lobo d’Ávila disse que o CDS-PP (que votou sempre a favor das declarações de estado de emergência) não se pode “sufragar, apoiar ou votar favoravelmente medidas sem as conhecer”. “É evidente que o país está numa situação de emergência, mas é preciso que o Governo diga qual é a sua estratégia e as medidas do ponto vista da saúde pública, à economia e do apoio às famílias”, referiu.

Sem querer passar “cheques em branco” a um conjunto de medidas que ainda não conhece, o CDS-PP vai esperar que o Governo apresente a sua estratégia e plano de combate à pandemia. E deixou ainda um aviso ao Governo: “Numa crise como esta não podemos navegar à vista”.

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