A deputada centrista Cecília Meireles explicou o requerimento para que o atual governador do Banco de Portugal compareça a uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças para reagir aos resultados da auditoria da Deloitte à gestão do Novo Banco por Mário Centeno ser, enquanto ministro das Finanças na altura em que a Lone Star entrou no seu capital social, o “supervisor e vendedor” da instituição financeira nascida do colapso do Banco Espírito Santo (BES).
Perante as notícias que dão conta de perdas superiores a quatro mil milhões de euros entre 4 de agosto de 2014 e 31 de dezembro de 2018, Cecília Meireles realçou que “convém distinguir entre o que é novidade e o que já se sabia” quanto aos problemas do banco presidido por António Ramalho, que irá responder a perguntas dos deputados no dia 15. Até porque subsiste a dúvida se o impacto negativo se deve ao facto de haver ativos provenientes do BES que “nunca valeram o montante pelo qual estavam contabilizados” ou “poder ter havido vendas que não acautelaram os interesses do Novo Banco”, caso em que a responsabilidade recairia sobre os atuais responsáveis.
“É fundamental perceber se estas perdas estavam identificadas em 2017 ou se, pelo contrário, estamos a falar de outros danos e de outros prejuízos”, disse a deputada do CDS, que pretende perguntá-lo a Mário Centeno na qualidade de ex-ministro das Finanças, admitindo que “infelizmente muito pouca coisa” a consegue surpreender no que diz respeito ao Novo Banco.
Tendo em conta que o modelo de venda da maioria do capital social do Novo Banco aos norte-americanos da Lone Star previa que o Fundo de Resolução responderia por perdas até ao valor de 3.900 milhões de euros, um valor “que não veio do acaso”, Cecília Meireles sustenta que “convém distinguir o que é novidade e o que já se sabia”.
Nesse sentido, além das audições de Centeno e do atual ministro das Finanças, João Leão, bem como das já marcadas com António Ramalho e com o presidente do Fundo de Resolução, Máximo dos Santos, o CDS admite novas diligências ou mesmo a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, como já foi admitido pelo PAN – Pessoas, Animais, Natureza.
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