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CDU: uma arruada a “meio gás” por Moscavide

Apoio e indiferença marcaram a campanha de ontem, em Moscavide. O cabeça de lista europeu da CDU, dirigindo-se ao executivo socialista, pediu a revogação da denominada lei das rendas do Governo PSD/CDS-PP.
21 Maio 2019, 07h45

O eurodeputado João Ferreira não é um político que crie imediatamente laços de empatia com os populares: não foge do contacto pessoal, mas sorri timidamente e evitou entrar em todos os estabelecimentos comerciais da Avenida Moscavide, no concelho de Loures, onde ontem esteve em campanha eleitoral.

Ainda assim, ourivesarias, talhos, papelarias e cafés receberam o cartaz com mensagens da CDU, para as eleições europeias de 26 de maio. Enquanto distribuía os panfletos aproveitava para apertar a mão e pedir “confiança” aos potenciais eleitores com quem se ia cruzando. A indiferença de muitos cidadãos também foi notória ao longo da caminhada.

A arruada na rua principal de Moscavide, começou um pouco antes das onze da manhã. Dezenas de apoiantes com bandeiras e cartazes entoavam cânticos de apoio. Outros, com gaita de foles e tambores, completavam a marcha. João Ferreira apareceu ao lado de Bernardino Soares, o presidente da Câmara de Loures. “A campanha eleitoral está a correr cada vez melhor”, disse o candidato ao Jornal Económico.

Os reformados António Neves, Fernando Vaz e o eletricista Navalha Garcia faziam parte da marcha. “A CDU é a melhor solução para levar a voz de Portugal ao Parlamento Europeu”, dizem. Mas para João Ferreira, licenciado em Biologia, Moscavide serviu de palco para falar do tema da habitação.

Dirigindo-se ao executivo socialista, o cabeça de lista europeu pediu a revogação da denominada lei das rendas do Governo PSD/CDS-PP, devido à pressão e especulação imobiliária que tem despejado famílias e comércio tradicional.

 

 

“Por diversas vezes, tanto cá [em Portugal] como lá [no Parlamento Europeu], temos levantado esta questão. Há um efeito que resulta da lei das rendas do Governo anterior PSD/CDS, que vem do tempo da ‘troika’, muito pressionada pela União Europeia para liberalizar o mercado do arrendamento, enfraquecendo a parte fraca dessa relação, que é o inquilino. Esteve na origem de múltiplos despejos, tanto de famílias, incluindo nesta zona, onde predomina uma população mais idosa, mas também de comércio tradicional”, afirmou.

Segundo o eurodeputado comunista, “é necessário alterar esta situação”, mas “o PS não se mostrou ainda disponível para revogar a lei das rendas” como a CDU entende ser necessário. “É necessário prosseguir essa luta pela revogação desta lei, mas também que o Estado tenha maior preponderância nas políticas públicas de habitação”, disse.

Às 11h37, terminou a arruada. A caravana da CDU seguiu depois para o almoço no Couço, no distrito de Santarém. A tarde foi de trabalho para preparar o debate televisivo que reuniu ontem na RTP os principais candidatos na corrida europeia.

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