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Cecília Meireles anuncia ponto final na vida parlamentar e partidária

Deputada centrista diz que essa é a única decisão possível depois de ouvir o atual presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, acusar de “terrorismo político” a oposição interna. “São coisas graves que não podem passar em claro”, defendeu Meireles no seu espaço de opinião na TSF.
  • Mário Cruz/Lusa
5 Novembro 2021, 15h10

A deputada centrista Cecília Meireles anunciou nesta sexta-feira que não pretende voltar a ser deputada ou desempenhar cargos partidários, despedindo-se da Assembleia da República no fim da atual legislatura. No espaço de opinião da TSF “Não Alinhados”, explicou que se “tornou impossível exercer cargos em nome do CDS-PP depois de o atual líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, a ter incluído num grupo que acusou de fazer “terrorismo político”.

“São coisas graves que não podem passar em claro”, disse Cecília Meireles, acrescentando que manter-se na política partidária implicaria “entrar num nível de discussão que já só é totalmente ofensiva”. Até porque, na intervenção com que abriu o conselho nacional extraordinário em que foi votado o adiamento do congresso para depois das legislativas, Rodrigues dos Santos terá também dito que o grupo de opositores “passava a vida a defender uma coisa e a fazer outra” e defendeu que “toda esta confusão era por causa de lugares de deputados”.

Cecília Meireles, que se junta a João Pinho de Almeida entre os membros do grupo parlamentar centrista que se autoexcluíram das listas para as próximas legislativas, também garantiu que continuará a ser militante do CDS-PP, mas longe da Assembleia da República, para a qual foi eleita nas últimas quatro legislaturas.

“Cheguei à conclusão de que a única decisão que me parece possível é que, cumprindo o mandato até ao fim, porei um ponto final à minha vida parlamentar e em cargos partidários. Deixo o Parlamento e planeio virar a página e começar uma vida nova”, disse a deputada no seu espaço de opinião na TSF, acrescentando que a incapacidade da atual liderança do CDS-PP em fazer a diferença na política nacional contribuiu igualmente para essa decisão.

Considerada uma das “estrelas” do Parlamento, e em particular da Comissão de Orçamento e Finanças, Cecília Meireles foi apontada por Paulo Portas, no seu último espaço de comentário na TVI, como uma das melhores deputadas portuguesas. Também o ex-deputado centrista João Gonçalves Pereira reagiu à notícia do abandono do Parlamento da eleita pelo círculo do Porto, perguntando “q1uem é que Francisco Rodrigues dos Santos tem na sua entourage que tenha apenas um terço da qualidade política de Cecília Meireles” e afirmando que “infelizmente assistimos no CDS-PP a um autêntico bullying político: quem não concorda com o líder é perseguido e saneado”.

 

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