Uma pergunta da líder do grupo parlamentar do CDS-PP, Cecília Meireles, sobre o número de portugueses que vão pagar mais impostos em sede de IRS devido ao englobamento obrigatório de outros rendimentos, como os prediais, quando “aquilo que faria sentido era os portugueses pagarem menos”, levou o primeiro-ministro António Costa a dizer durante o debate quinzenal que está a decorrer nesta quarta-feira na Assembleia da República que essa medida “será tomada no devido tempo”, deixando antever que essa alteração poderá não constar do Orçamento do Estado para 2020.
“Tenho-me divertido com as especulações da senhora deputada e com as empresas de consultoria que fazem gráficos do impacto sem terem como base propostas concretas, mas para fazer o jeitinho à direita”, acrescentou o primeiro-ministro, que minutos antes ouvira Cecília Meireles dizer que “o normal seria que os frutos do crescimento económico fiquem sobretudo com a iniciativa privada e com as pessoas que ajudaram a que acontecesse”. Algo que, no entender da deputada centrista, está a ser contrariado pelo aumento da carga fiscal ao longo dos últimos anos, com “a maior parte dos frutos desse crescimento a ficarem para o Estado”.
Cecília Meireles e António Costa travaram antes uma espécie de diálogo de surdos em torno do “plano de não retenção” de alunos, com o primeiro-ministro a acusar a deputada de ter sido eleita com um programa que previa a compra de vagas na universidade a alunos sem notas para entrarem enquanto a centrista rebateu que a medida proposta implica “desistir dos alunos que vêm de famílias desfavorecidas”, levando a que em Portugal “o elevador social esteja avariado”. “Não quer responder. Quer acabar com os chumbos mas fingir que não o faz”, sentenciou a deputada.
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