“Centenas de escolas de Norte a Sul do país estão encerradas desde jardins de infância, a escolas secundárias”, afirma, ao Jornal Económico, Francisco Gonçalves, Secretário-geral da FENPROF, responsabilidade que partilha com José Feliciano Costa.
Num primeiro balanço feito às 10h00 desta quinta-feira, 11 de dezembro, Francisco Gonçalves, dá conta de uma paralisação generalizada e uma mobilização que vai além das expetativas em todo o tipo de estabelecimentos de ensino.
E assinala um dado novo em matéria de greves. “Temos instituições de Ensino Superior com níveis de adesão significativos”, o que, explica, se deve seguramente ao facto de a precariedade ser grande entre os jovens investigadores e cientistas, mas também à grande preocupação que paira na classe com a extinção da FCT e a sua fusão com a ANI, já no início do próximo ano, e o perigo que representa para a investigação fundamental.
A FENPROF, maior estrutura sindical de professores do país, afeta à CGTP, dá mostra da sua força nesta contenda com o Governo de Luís Montenegro: “Não aceitaremos um pacote laboral que destrói direitos, promove a exploração e coloca o país ao serviço dos grandes interesses económicos e financeiros, desequilibrando ainda mais as relações laborais a favor dos empregadores públicos e privados”.
A proposta de reforma do Governo, cuja rejeição está na base da união extraordinária das duas centrais sindicais nesta luta, é considerada por vários setores da sociedade um retrocesso civilizacional, empurrando Portugal para lógicas laborais próprias do século XIX.
Entre os pontos mais criticados estão as medidas que fragilizam a proteção dos trabalhadores, ampliam a vulnerabilidade perante os empregadores, públicos e privados, e abrem espaço à degradação das condições de trabalho, sem qualquer consideração humanista ou social, salienta a FENPROF.
“Tendo em conta estes setores (Educação, Ensino, Ciência), ao tentar impor um pacote laboral que ignora por completo o valor dos seus profissionais, o governo demonstra um afastamento profundo das necessidades reais do país e do sentimento da maioria dos portugueses. E tem agora a obrigação de reconhecer que a sua proposta não tem apoio social, nem legitimidade moral”, conclui.
Num primeiro balanço ao Jornal Económico, às 10h00 desta quinta-feira, 11, a FNE – Federação Nacional dos Professores, afeta à UGT, adianta que uns 85% das escolas, número redondos, estão encerradas devido à adesão, quer de professores, quer de assistentes operacionais, administrativos e técnicos.
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