Portugal efetua esta segunda-feira o pagamento de perto de 4,7 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), completando assim a amortização antecipada da totalidade do empréstimo concedido pela instituição ao país no resgate financeiro em 2011, anunciou esta segunda-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno.
“As poupanças estimadas com este pagamento antecipado de hoje são cerca de 100 milhões de euros”, explicou o ministro, em conferência de imprensa. “O total das poupanças acumuladas com os pagamentos antecipados ao longo dos últimos dois anos ascendem a 1,16 mil milhões de euros”.
Centeno explicou que era importante concretizar estes pagamentos porque o empréstimo ao FMI era caro face às taxas às quais Portugal se está a financiar nesta altura. “Os pagamentos antecipados são, obviamente, financiados por títulos com maturidade mais longa, o que permite evitar uma excessiva concentração de amortizações num determinado ano, e em particular nos próximos anos”.
A 29 de novembro, no debate final no Parlamento sobre o Orçamento de Estado de 2019, o primeiro-ministro, António Costa anunciou a intenção de Portugal fazer esse último pagamento, classificando a operação como um “virar de página”.
Na semana passada, no dia 4, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) anunciou que concedeu a Portugal autorização para proceder ao pagamento antecipado ao FMI. O presidente da instituição, Klaus Regling, explicou que essa amortização antecipada irá gerar um benefício financeiro para Portugal, substituindo a dívida ao FMI por empréstimos no mercado de capitais a preços mais baixos.
Em 2011, em plena crise das dívidas soberanas da periferia da zona euro, Portugal pediu assistência financeira ao FMI, ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira. Do resgate total de 78 mil milhões de euros, a fatia emprestada pelo FMI foi de 26,3 mil milhões.
A 19 de outubro, em entrevista ao Jornal Económico, o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, tinha anunciado que Portugal iria pagar 2.000 milhões de euros ao FMI ainda este ano.
O IGCP – Agência da Gestão da Tesouraria e da dívida pública, no dia 14 de novembro emitiu um total de 1.250 milhões de euros em dívida a cinco e 10 anos, com o propósito especifíco de se financiar para reembolsar antecipadamente o FMI. O Tesouro pagou uma taxa de 1,908% na dívida a 10 anos e de 0,702% a cinco anos, o que compara com uma taxa de juro de 4,4% cobrada no empréstimo do FMI.
[Atualizada às 17h48]
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