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Centeno, Mourinho Félix e Álvaro Novo regressam ao lugar de origem no BdP

O ministro das Finanças, que apresentou a sua demissão nesta terça-feira, 9 de junho, e os seus dois secretários de Estado, das Finanças e do Tesouro, vão regressar, para já, ao seu lugar de origem no Banco de Portugal, onde Centeno era consultor da administração desde 2014. Mourinho Félix e Álvaro Novo também são quadros da instituição e regressam os lugares de origem.
  • Cristina Bernardo
9 Junho 2020, 15h42

O ministro das Finanças, que apresentou a sua demissão nesta terça-feira, 9 de junho, e os seus dois secretários de Estado, das Finanças e do Tesouro, vão regressar, para já, ao seu lugar de origem no Banco de Portugal (BdP), onde Centeno era consultor da administração desde 2014. Mourinho Félix e Álvaro Novo também são quadros da instituição e regressam os lugares de origem depois de o Presidente da República ter aceite hoje a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento.

O regresso “para já” destes três governantes ao lugar de origem no BdP foi avançado ao JE por fonte próxima ao processo.  Centeno, economista do Banco de Portugal (2000-2004) foi diretor-adjunto do Departamento de Estudos Económicos da entidade liderada por Carlos Costa entre 2004 e 2013.

O regresso ao BdP ocorre numa altura em que se fala da possibilidade de Mário Centeno substituir o atual governador, cujo mandato termina em julho, Recorde-se que Carlos Costa e Mário Centeno têm uma relação tensa que nasceu durante o primeiro mandato de Carlos Costa na instituição. Centeno, na altura um alto quadro do BdP, candidatou-se a diretor do departamento de Estudos Económicos, mas acabou chumbado por um júri e a decisão foi validada pelo governador.

Já mais recentemente Carlos Costa desvalorizou o caso ao dar conta que havia “havia grandes candidatos e todos eles foram devidamente valorizados na sua componente científica e académica” e que Mário Centeno acabou por ser convidado por si depois desse concurso, para  consultor do governador.

O secretário de Estado adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, também vai abandonar o Governo e regressar ao seu lugar de origem no Banco de Portugal, onde é quadro da instituição.

Mourinho Félix era desde 2013 coordenador da área de Conjuntura e Previsão no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal. Entre 2004 e 2013, assumiu a coordenação do Grupo de Previsão da Economia Portuguesa na mesma instituição.

Já Álvaro Novo, também economista do BdP desde 2011, cruzou-se com Mário Centeno no Banco de Portugal e é especialista na mesma área. Tanto Álvaro como Centeno são especialistas em mercados de trabalho e já chegaram mesmo a escrever artigos em conjunto, tendo trabalhado juntos no Departamento de Estudos daquela instituição

No gabinete do responsável pela pasta das Finanças, Mário Centeno, Álvaro Novo começou a trabalhar logo depois do primeiro governo de António Costa tomar posse, em novembro de 2015. E desde cedo que o economista começou a acompanhar Mário Centeno e Mourinho Félix nas reuniões do Eurogrupo.

Desde 3 de dezembro de 2015 era Economista-Chefe do gabinete do Ministro das Finanças, Mário Centeno. E em 2017 tomou como novo secretário do Estado do Tesouro – num desdobramento das pastas que Mourinho Félix acumulava desde o arranque do Governo.

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