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CEO da JP Morgan diz que criação de imposto sobre fortuna é “quase impossível”

“Não sou contra impostos mais elevados para os ricos. Mas acho que fazê-lo através dos rendimentos, em vez de calcular a riqueza, torna-se extremamente complicado, legalista, burocrático e regulatório, e as pessoas encontram um milhão de formas para escapar a essa situação”, explica Jamie Dimon.
23 Setembro 2020, 19h45

O chefe executivo da JP Morgan, Jamie Dimon, garantiu não estar contra taxas mais altas para os ricos, mas aponta que a criação de um imposto sobre a fortuna dos mais ricos do mundo não é o caminho a seguir, avança a “CNBC”.

Questionado sobre a proposta por vários democratas em território norte-americano, o CEO da JP Morgan explicou que “uma taxa sobre a fortuna é quase impossível de ser executada”.

“Não sou contra impostos mais elevados para os ricos. Mas acho que fazê-lo através dos rendimentos, em vez de calcular a riqueza, torna-se extremamente complicado, legalista, burocrático e regulatório, e as pessoas encontram um milhão de formas para escapar a essa situação”, explica Jamie Dimon. acrescentando que “apenas tributaria o rendimento”, sugerindo que é mais difícil escapar a esse imposto porque o rendimento é algo que tem de ser declarado.

A criação de um imposto sobre a riqueza é algo que tem dividido os mais ricos do mundo. Enquanto há um grupo de multimilionários que apoia e defende a criação da taxa, outros multimilionários rejeitam essa possibilidade, evitando perda de rendimentos. Ainda assim, preve-se um aumento dos impostos para os mais ricos durante os próximos anos, uma vez que os governos estatais e o governo federal registaram défices nas contas de 2020 devido à pandemia, devido aos aumentos dos gastos na área da saúde e social.

Só em 2020, os maiores multimilionários norte-americanos conseguiram triplicar a sua fortuna durante a crise pandémica. De facto, a crise pandémica fez com que a fortuna de Jeff Bezos, fundador da Amazon, crescesse em 65% desde o mês de março, quando começou o confinamento em vários países mundiais. Com várias lojas encerradas, os consumidores viram no comércio online a oportunidade para continuarem a fazer as suas compras habituais, fazendo crescer a fortuna de Bezos.

Ainda assim, tal como o fundador da Amazon, muitos multimilionários norte-americanos estão dependentes da valorização da Bolsa de Nova Iorque e dos índices onde as suas empresas estão cotadas. Por exemplo, ao fecho da sessão da Bolsa nova-iorquina, Bezos somou 9,21 mil milhões de dólares à sua fortuna (7,9 mil milhões de euros), enquanto o fundador da Microsoft e segundo homem mais rico do mundo, Bill Gates, somou 1,13 mil milhões de dólares (967 milhões de euros).

Por sua vez, Elon Musk viu a sua fortuna diminuir 5,50 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) e o empresário Amancio Ortega, fundador do grupo Inditex, perdeu 1,08 mil milhões de dólares (924 milhões de euros).

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