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Cerca de 22 mil pessoas sitiadas em Moçambique devido à subida do rio Limpopo

“Estamos a falar de cerca de 22 mil pessoas que estão sitiadas. Essas pessoas estão em lugares seguros, mas só não podem atravessar para vir à cidade fazer as suas atividades, não podem se deslocar porque as vias estão interrompidas por causa da água e também o nível do caudal [do rio Limpopo] subiu”, disse aos jornalistas Sérgio Moiane, administrador do distrito de Chibuto.
25 Janeiro 2025, 15h39

Cerca de 22 mil pessoas estão sitiadas no distrito de Chibuto, em Gaza, sul de Moçambique, devido ao transbordo do rio Limpopo, disse, este sábado, o administrador local.

“Estamos a falar de cerca de 22 mil pessoas que estão sitiadas. Essas pessoas estão em lugares seguros, mas só não podem atravessar para vir à cidade fazer as suas atividades, não podem se deslocar porque as vias estão interrompidas por causa da água e também o nível do caudal [do rio Limpopo] subiu”, disse aos jornalistas Sérgio Moiane, administrador do distrito de Chibuto.

As 22 mil pessoas estão isoladas há 48 horas devido à subida do caudal do rio Limpopo, na sequência de chuvas que caem na região e de descargas feitas em barragens da África do Sul e Zimbábue, países vizinhos de Moçambique, de acordo com as autoridades.

Segundo Teixeira Almeida, delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Gaza, a “situação está controlada” e as famílias estão em locais seguros no distrito de Chibuto, esperando-se que em menos de três dias o nível das águas baixe.

“O nível de escoamento é rápido porque os lençóis ainda não estão saturados, só a próxima situação é que poderá ser grave, é o que tememos (…). [Entretanto] olhando para os próximos cinco, seis dias, não teremos problemas de precipitação assim muito elevada”, disse à Lusa o responsável.

O delegado avançou ainda que foram constituídas equipas multissetoriais na província que deverão deslocar-se ao terreno na segunda-feira para fazer o “levantamento exaustivo” dos impactos das inundações.

“Estamos a monitorizar a situação e se houver a necessidade de se resgatar, temos equipamentos”, acrescentou o delegado, referindo ainda que foram alocados barcos para o Chibuto e também para os distritos de Guijá, Limpopo, Chicualacuala, Chókwe e Mapai, também afetados.

Moçambique está em plena época chuvosa que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram o norte do país.

Em 13 de janeiro, o ciclone tropical severo Dikeledi atingiu Moçambique causando pelo menos 11 mortos e afetando outras 250 mil pessoas, segundo o mais recente balanço oficial das autoridades moçambicanas.

O ciclone Chido, que atingiu Moçambique em 14 de dezembro, causou a morte de pelo menos 120 pessoas e afetou outras 450 mil.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa.

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