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CFP alerta para novo ano de resultados negativos nas regiões autónomas apesar de melhorias nalguns indicadores

A deterioração de alguns indicadores “reflete as pressões sobre os custos de estrutura das empresas, bem como a redução de rendimentos não mercantis, e/ou o aumento de outros gastos não diretamente relacionados com a atividade operacional”, lê-se no relatório do CFP.
CFP Parvalorem
A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Nazaré Costa Cabral, durante uma conferência de imprensa, no Conselho das Finanças Públicas em Lisboa, 21 de setembro de 2023. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA
4 Dezembro 2024, 12h00

Os sectores empresariais das regiões autónomas voltaram a apresentar resultados negativos em 2023, embora com tendências inversas: nos Açores, vários indicadores melhoraram, embora a prestação do Grupo SATA continue a pesar no conjunto, enquanto na Madeira a situação se deteriorou, com apenas três empresas a distribuírem dividendos no ano em análise – as mesmas que no ano anterior.

O relatório do Conselho de Finanças Públicas (CFP) sobre o ‘Sector Empresarial Regional 2022-2023’ (SER) publicado esta quarta-feira foca-se na performance das 19 empresas na Região Autónoma dos Açores (RAA) e 21 na Região Autónoma da Madeira (RAM) sob tutela dos Governos Regionais, o que constitui um número bastante mais reduzido do que o conjunto que forma o sector empresarial do Estado (SEE).

Na Madeira, dez empresas apresentaram resultados positivos, com o SER a registar, em conjunto, perdas de 46,3 milhões de euros, um agravamento considerável de 34,1 milhões em relação ao ano anterior. Já nos Açores, apenas sete empresas conseguiram lucro, com perdas globais de 41,6 milhões de euros.

“Contudo, o peso do SER nas economias regionais é mais preponderante do que o SEE na economia nacional como um todo”, com o valor acrescentado bruto no caso açoriano a representar 7,8% do PIB regional e 6,7% no caso madeirense, enquanto o sector nacional representa 4,6% do PIB.

Já quanto aos resultados financeiros, a deterioração de alguns indicadores “reflete as pressões sobre os custos de estrutura das empresas, bem como a redução de rendimentos não mercantis, e/ou o aumento de outros gastos não diretamente relacionados com a atividade operacional”, lê-se no relatório. Assim, e apesar do dinamismo económico favorável e da subida do volume de negócios, registou-se igualmente um aumento nos gastos operacionais das empresas.

Na Região Autónoma da Madeira, o volume de negócios do SER subiu 5,2% até aos 678,6 milhões de euros, enquanto o emprego cresceu 1,1% para 8.949 trabalhadores. Nos Açores, o volume de negócios foi de 705,9 milhões, um crescimento de 14,1% em relação ao ano anterior, enquanto o emprego subiu apenas 0,1%, chegando a 7.508 trabalhadores.

Ainda assim, em ambos os casos, o passivo das regiões desceu, recuando 451,9 milhões de euros para 3.217 milhões numa análise conjunta. No final do ano passado, seis empresas do SER apresentavam capitais negativos, com duas empresas do Grupo SATA a representarem 83% do valor negativo global; as restantes empresas nesta situação de falência técnica reportam ao sector da saúde.

Em sentido inverso, em ambas as regiões houve um aumento dos capitais próprios: 184,1 milhões de euros nos Açores, muito à custa do investimento no novo porto da Ilha das Flores, e 74 milhões de euros na Madeira distribuídos por uma série de empresas.

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