Paulo Macedo, CEO da CGD, falava na conferência de imprensa dos resultados do primeiro semestre, e revelou que, num universo de 323 mil créditos à habitação, havia 93 mil créditos elegíveis para o diploma do Governo, mas só mil créditos é que foram reestruturados ao abrigo desse diploma que inclui procedimentos previstos no Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI).
A Caixa Geral de Depósitos reestruturou 16 mil créditos por iniciativa do banco, fora do diploma do Governo.
Recorde-se que o diploma prevê que a renegociação dos créditos à habitação pode ser feita quando se verificar pelo menos uma de três situações: quando a taxa de esforço supera os 50% (caso em que não será necessário comparar com situações passadas); quando a taxa de esforço aumenta pelo menos cinco pontos percentuais e supera 36%; ou ainda quando aumenta o que prevê o teste de stress do Banco de Portugal, e daí resulte também uma taxa de esforço superior a 36%.
Ao todo a CGD reestruturou cerca de 17 mil créditos.
Já no que se refere ao crédito bonificado, a CGD revelou que, ao todo, os créditos que foram abrangidos pela bonificação do Estado somam 2.480. ” No total, entre fevereiro e junho, foram abrangidos pelos juros bonificados 2.480 clientes”, disse o presidente do banco na conferência de imprensa.
A CGD baixou o ‘spread’ às famílias que estejam a beneficiar da bonificação de juros que foi decretada pelo Governo para ajudar a atenuar os efeitos da subida das taxas de juro. O banco público decidiu “complementar” os esforços do Estado com uma redução do ‘spread’ de até 50 pontos base.
Na conferência de imprensa, Paulo Macedo disse que até agora não há um “problema transversal” de incumprimento por parte dos particulares, mas admitiu que “se as taxas continuarem a subir muito tempo e se mantiverem elevadas de forma prolongada, poderá haver um agravamento das situações que até agora têm sido acomodadas”.
“Desde que as taxas de juro subiram a Caixa não executou nenhuma casa”, disse o CEO do banco que lembrou que os imóveis que entraram no banco no primeiro semestre, não superam os 12 e resultam de execuções antes do tempo do Covid que só agora foram efectivadas.
“Algumas casas que a CGD tem, são executadas em processos judiciais antes da pandemia, e são 12”, disse Paulo Macedo.
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