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CGTP quer aumento salarial de 90 euros para “todos os trabalhadores” em janeiro de 2020

O aumento de 90 euros é o primeiro passo da CGTP-IN rumo ao aumento do SMN para os 850 euros, algo que Arménio Carlos defende ser um objetivo sem “limite temporal”. “Mas temos um objetivo: que os 850 euros sejam concretizados no menor espaço de tempo”, acrescenta.
  • Foto de Cristina Bernardo
12 Setembro 2019, 09h51

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, defende que o salário mínimo nacional (SMN) deve beneficiar de um “aumento nominal de 90 euros para todos os trabalhadores, independentemente da profissão, seja no setor privado ou no público em janeiro” de 2020, de acordo com uma entrevista cedida ao Público e à rádio Renascença esta quinta-feira, 12 de setembro.

“Esta vai ser a nossa proposta reivindicativa para toda a contratação coletiva. Vamos negociar com as entidades patronais e com o Governo”, revela Arménio Carlos. O aumento de 90 euros é o primeiro passo da CGTP-IN rumo ao aumento do SMN para os 850 euros, algo que o líder sindical aponta ser um objetivo sem “limite temporal”. “Mas temos um objetivo: que os 850 euros sejam concretizados no menor espaço de tempo”, acrescenta.

Para Arménio Carlos, é fundamental romper com a “política de baixos salários”. “Neste momento temos 2.240.000 trabalhadores com salários líquidos mensais que não ultrapassam os 900 euros; 23% dos trabalhadores recebem o salário mínimo nacional (SMN)”, diz.

O líder da CGTP critica, ainda, o Governo por definir SMN diferentes para o privado e para o público: “Acima de tudo é uma estratégia errada […]. Existem dois SMN em Portugal e a nossa proposta de 850 euros resolve o problema por si mesma: a curto prazo todos sairão beneficiados”.

Além do SMN, as pensões também devem ser atualizadas, defende o líder da CGTP. “Não definimos um valor, mas é necessário mexer na lei. Queremos uma atualização global das pensões que melhore o poder de compra de todos os pensionistas. Hoje temos um problema: se a economia crescer abaixo de 2% nos últimos quadrimestres do ano não há atualização das pensões de um número significativo de reformados”, garante.

Arménio Carlos vai deixar a liderança da CGTP-IN em fevereiro de 2020, cerca de oito anos depois de assumir a chefia da central sindical. A saída de Arménio Carlos é fruto das circunstâncias, uma vez que existe uma norma interna na CTGP que impede os dirigentes que passam à reforma durante o mandato seguinte de se candidatarem a funções executivas. Na mesma entrevista, o sindicalista diz que vai regressar ao trabalho na sua empresa, a Carris, mantendo “disponibilidade total  para apoiar a luta dos trabalhadores”.

Questionado sobre a possibilidade de vir a suceder a Jerónimo de Sousa na liderança do PCP, partido onde milita e integra o comité central, Armédio Carlos esclarece que não vai “exercer nenhuma função política como responsabilidades depois de deixar de ser secretário-geral da CGTP”.

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