O chanceler alemão, Olaf Scholz, avisou hoje que os alemães “não aceitarão que terceiros intervenham em nome” do partido de extrema-direita AfD, na sequência dos comentários feitos na sexta-feira pelo vice-presidente dos EUA.
“A direção que a nossa democracia vai tomar, só nós decidimos. Nós e mais ninguém”, assegurou Olaf Scholz num discurso perante os líderes internacionais reunidos na Conferência de Segurança de Munique, a uma semana das eleições legislativas alemãs.
O chanceler alemão denunciou a intervenção do número dois de Washington, JD Vance, que na sexta-feira criticou a ostracização do AfD e apelou ao fim do “cordão sanitário” em torno deste partido.
Em resposta a estas declarações, Scholz afirmou: “isso não se faz, especialmente entre amigos e aliados”.
O discurso de JD Vance surpreendeu os líderes europeus com os seus ataques à “liberdade de expressão”, que disse estar “em retrocesso” na Europa, e à política de migração do Velho Continente.
O seu discurso visou, em particular, os partidos tradicionais alemães, que rejeitam qualquer aliança com o partido de extrema-direita AfD.
Apesar destas divergências, a Alemanha, que fez da parceria transatlântica o pilar da sua política externa e de defesa desde o pós-guerra, não está disposta a virar as costas aos EUA.
A Alemanha “vai continuar a comprar” equipamento militar norte-americano, garantiu Olaf Scholz, sublinhando a “necessidade de uma indústria europeia de armamento forte”.
Sobre a Ucrânia, um tema quente desde o telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, Olaf Scholz reafirmou o princípio de que “a paz só existe” se “a soberania da Ucrânia for garantida”.
A Alemanha “nunca” apoiará uma “paz imposta” a Kiev, acrescentou.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com