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Chanceler alemão critica ingerência dos EUA nas eleições legislativas

O chanceler alemão denunciou a intervenção do número dois de Washington, JD Vance, que na sexta-feira criticou a ostracização do AfD e apelou ao fim do “cordão sanitário” em torno deste partido.
epa11663865 German Chancellor Olaf Scholz arrives for the European Council summit in Brussels, Belgium, 17 October 2024. EU leaders are meeting in Brussels to discuss Ukraine, the Middle East, competitiveness, migration and foreign affairs. EPA/CHRISTOPHER NEUNDORF
15 Fevereiro 2025, 11h43

O chanceler alemão, Olaf Scholz, avisou hoje que os alemães “não aceitarão que terceiros intervenham em nome” do partido de extrema-direita AfD, na sequência dos comentários feitos na sexta-feira pelo vice-presidente dos EUA.

“A direção que a nossa democracia vai tomar, só nós decidimos. Nós e mais ninguém”, assegurou Olaf Scholz num discurso perante os líderes internacionais reunidos na Conferência de Segurança de Munique, a uma semana das eleições legislativas alemãs.

O chanceler alemão denunciou a intervenção do número dois de Washington, JD Vance, que na sexta-feira criticou a ostracização do AfD e apelou ao fim do “cordão sanitário” em torno deste partido.

Em resposta a estas declarações, Scholz afirmou: “isso não se faz, especialmente entre amigos e aliados”.

O discurso de JD Vance surpreendeu os líderes europeus com os seus ataques à “liberdade de expressão”, que disse estar “em retrocesso” na Europa, e à política de migração do Velho Continente.

O seu discurso visou, em particular, os partidos tradicionais alemães, que rejeitam qualquer aliança com o partido de extrema-direita AfD.

Apesar destas divergências, a Alemanha, que fez da parceria transatlântica o pilar da sua política externa e de defesa desde o pós-guerra, não está disposta a virar as costas aos EUA.

A Alemanha “vai continuar a comprar” equipamento militar norte-americano, garantiu Olaf Scholz, sublinhando a “necessidade de uma indústria europeia de armamento forte”.

Sobre a Ucrânia, um tema quente desde o telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, Olaf Scholz reafirmou o princípio de que “a paz só existe” se “a soberania da Ucrânia for garantida”.

A Alemanha “nunca” apoiará uma “paz imposta” a Kiev, acrescentou.

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