O chanceler alemão, Olaf Scholz, perdeu hoje a votação da moção de confiança no Bundestag (parlamento), tal como previsto, abrindo caminho à dissolução parlamentar, que levará o país a eleições antecipadas em 23 de fevereiro. Os votos estão contabilizados: votaram 717 deputados, 207 manifestaram a sua confiança em Olaf Scholz, 394 retiraram-lhe essa confiança e registaram-se ainda 116 abstenções. O Bundestag retirou assim a confiança em Scholz.
Com este resultado, cabe agora ao presidente Frank-Walter Steinmeier a dissolução, ou não, do Bundestag. Uma decisão que parece já estar tomada, depois de o presidente alemão ter indicado num discurso, em novembro, que o parlamento seria dissolvido. É esperado que o chanceler alemão se encontre com o Steinmeier para sugerir a dissolução do parlamento, adiantam os jornais alemães.
A votação desta segunda-feira surge depois do fim da chamada ‘coligação semáforo’ de Scholz, que entrou em colapso a 6 de novembro, quando o chanceler demitiu o seu ministro das Finanças e líder do FDP, Christian Lindner. Juntamente com os ecologistas, o FDP (liberais) e o SPD de Scholz compunham essa coligação.
A demissão surgiu na sequência de uma numa disputa de longa data sobre a forma de revitalizar a estagnada economia alemã, com os liberais a abandonarem a coligação, deixando os outros dois parceiros sem maioria no parlamento. Já se sabia que o governo, uma vez ‘desfalcado’ de um dos partidos, iria acabar por cair.
Mesmo assim, o chamado ‘motor da Europa’ ainda não perdeu toda a sua pujança e tem resistido quer à crise política, quer à económica. Para isso aponta o facto de a Alemanha ter substituído os Estados Unidos como o principal local de investimento em 2023, com um investimento direto estrangeiro (IDE) de 410 mil milhões de euros, segundo os últimos dados do Eurostat. Ou seja, o crescimento económico lento, a inflação elevada, o aumento das tensões geopolíticas mundiais e a subida dos preços da energia tornaram difícil para os países europeus atrair investimento direto estrangeiro nos últimos anos, mas não no caso alemão. Segundo os mesmos dados, em 2023, 11 países da UE receberam 3,263 mil milhões de euros em IDE.
Mas as previsões não são as melhores: a economia alemã vai contrair-se este ano e dificilmente crescerá em 2025, de acordo com as contas do banco central alemão, o Bundesbank. A produção nacional deverá registar uma contração de 0,2% este ano, em contraste com a previsão do Budensbank de um crescimento de 0,3% apresentada em junho. Para 2026 e 2027, o Bundesbank prevê um crescimento de 0,8% e 0,9%, respetivamente. As exportações globais da Alemanha caíram mais do que o esperado em outubro: 2,8% em comparação com o mês anterior. As exportações para a China diminuíram 3,8% no mês, as exportações para os EUA caíram 14,2% e as exportações para os países da UE caíram 0,7%.
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