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Chega acusa Governo de “olhar para o lado” e “deixar portugueses para trás” no combate à Covid-19

O deputado único e líder demissionário do Chega, André Ventura, citou a Bíblia para dizer que “aquele que guarda não dorme” e que é nisso que o Executivo de António Costa tem falhado por estar a dar resposta a todos e estar a deixar alguns “portugueses para trás”.
11 Fevereiro 2021, 17h00

O Chega acusou esta quinta-feira o Governo de “olhar para o lado” e não estar à altura no combate à pandemia da Covid-19. O deputado único e líder demissionário do Chega, André Ventura, citou a Bíblia para dizer que “aquele que guarda não dorme” e que é nisso que o Executivo de António Costa tem falhado por estar a dar resposta a todos e estar a deixar alguns “portugueses para trás”.

“Aquele que te guarda não dorme e o que tem acontecido é o Governo de Portugal a olhar para o lado enquanto se morre, enquanto as falências aumentam, enquanto os que estão na linha da frente perdem a noção do que é lutar por Portugal. Vergonha nós, vergonha de Parlamento, vergonha de Governo”, referiu no debate sobre a renovação do estado de emergência por mais 15 dias, na Assembleia da República.

André Ventura defendeu que é preciso o Parlamento dar um “cartão vermelho” ao Governo, por ter prometido que não deixava ninguém para trás no combate à pandemia e ter “deixado”, sobretudo em setores como o da restauração, hotelaria, agências de viagens e forças de segurança. E criticou também o Parlamento: “Ficámos em silêncio”.

Apesar de “termos deixados tantos para trás”, o líder do Chega disse que houve outros portugueses que não foram deixados para trás, como foi o caso dos autarcas, “muitos deles vereadores socialistas”, que passaram à frente dos grupos prioritários na vacinação. E sublinhou: “Passámos a uma democracia com falhas e perdemos a noção da democracia plena”.

A renovação do estado de emergência vai permitir ao Governo manter o confinamento geral e as medidas decretadas para travar a pandemia de Covid-19 em Portugal, passando a autorizar a venda de livros nas grandes superfícies e a limitação de ruído para “não perturbar” trabalhadores em teletrabalho.

O decreto é, de resto, praticamente idêntico ao anterior, continuando a prever a possibilidade de serem suspensas ou limitadas as chegadas a Portugal, a mobilização de “profissionais de saúde reformados e reservistas ou que tenham obtido a sua qualificação no estrangeiro” para a prestação de cuidados de saúde, a proibição da “divulgação de saldos, promoções ou liquidações” e a proibição ou limitação das aulas presenciais.

O decreto presidencial deverá ser aprovado, com os votos favoráveis do PS e PSD, que juntos somam mais de dois terços dos deputados (maioria necessária para aprovar o estado de emergência).

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