O Chega anunciou, esta quarta-feira, que retirou a confiança política ao vereador eleito para a Câmara Municipal de Sintra, Nuno Afonso, por este ter alegadamente viabilizado o orçamento municipal para 2023 contra as indicações do partido. O autarca tem uma versão diferente dos factos e lamenta “perseguição” política.
“A Comissão Política Distrital de Lisboa enviará ainda hoje [esta quarta-feira] um ofício à Câmara Municipal de Sintra informando de que o senhor vereador Nuno Afonso deixa de representar, com efeitos imediatos, o partido Chega no órgão executivo daquele município”, lê-se num comunicado da distrital de Lisboa Chega publicado nas redes sociais.
Segundo a agência Lusa, o orçamento da câmara de Sintra foi aprovado com os votos favoráveis do PS (quatro vereadores mais o presidente), do vereador da CDU, a abstenção do vereador do Chega e os votos contra do PSD e do CDS-PP (quatro vereadores).
A estrutura local do Chega considera que o sentido de voto do vereador, “à revelia das orientações do partido e da estratégia definida para o distrito, são claros atos de indisciplina partidária e não deixa outra alternativa, a esta Comissão Política Distrital, senão a de retirar, de imediato, a confiança política ao senhor vereador Nuno Afonso”.
A reação do vereador não tardou e, em comunicado enviado às redações, Nuno Afonso repudia “veementemente” a comunicação da distrital de Lisboa do Chega, considerando que esta só tem “intenção” de denegrir “a boa imagem e afastar aquele que se assumiu há dias como candidato à liderança do partido, recorrendo a insultos, mentiras e ao autoritarismo”. Além disso, este comunicado “reflete perseguição política e pessoal reiterada, com elevados danos morais e de imagem, pelo que pondero inclusivamente avançar com um processo crime contra o partido e os dirigentes em causa”, lê-se.
Nuno Afonso desmente ainda que tenha viabilizado o orçamento e assegura que não teve “conhecimento de quaisquer posições do partido” em relação à matéria. “Acusam-me de ter aprovado o orçamento demonstrando total ignorância e incompetência ao não saber distinguir a aprovação de um orçamento, competência da Assembleia Municipal, e a viabilização da submissão do orçamento à AM. O que foi aprovado foi a submissão do Orçamento à Assembleia Municipal para este órgão deliberar a sua aprovação ou rejeição.”
O vereador considera ainda “fundamental deixar muito claro” que não tolera “este clima de perseguição” que levou inclusive à “realização de um evento para destratar a minha pessoa e outros que, como eu, não concordam com o rumo antidemocrático e totalitarista que o partido tomou”.
Recorde-se que Nuno Afonso foi chefe de gabinete de André Ventura na legislatura passada e foi reconduzido no cargo em março deste ano. Em maio, acabou por ser exonerado pelo presidente do partido.
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