O cheque para os particulares que comprem carro elétrico vai ser mais generoso este ano. O incentivo sobe 33% em 2019 para um total de 3.000 euros.
O aumento do apoio acontece depois de as vendas de automóveis com zero emissões terem registado um aumento de 148% em 2018 para um total de 4.073 unidades. Já este ano, as vendas disparam mais de 200% em janeiro, o que demonstra o apetite dos portugueses pela mobilidade elétrica.
O aumento do cheque foi avançado ao Jornal Económico pelo secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade José Mendes, que acredita que o cheque vai continuar a incentivar a mobilidade elétrica em Portugal, que tem tido crescimentos anuais consecutivos na ordem dos três dígitos.
“Estou em crer que vamos ter aqui uma aceleração muito exponencial das vendas, o que significa que fatia de veículos elétricos no total de vendas de veículos em Portugal já começa a ter uma expressão muito acentuada e estas coisas quando são assim tendem a ser disruptivas”, disse José Mendes ao JE.
“Ou seja, não faltarão muitos anos para que seja absolutamente natural, seja quase um ato de bom senso e de racionalidade, adquirir um veículo elétrico face a veículos com motores de combustão interna. Nós enquanto governantes o que queremos é descarbonizar o sistema de mobilidade, portanto, quanto mais veículos de emissões zero tivermos a circular, melhores notícias para o país”, afirmou.
A par do aumento do cheque para 3.000 euros no caso dos particulares, o bolo total para comprar estes veículos vai aumentar para 2,650 milhões de euros. Apesar das subidas, o número total de beneficiários irá descer para os 883 cheques, face aos mil cheques disponíveis no ano passado, quando o cheque era de 2.250 euros.
Além do aumento do valor do cheque para os particulares e da subida do bolo total, houve outras alterações este ano. Apesar do cheque para as empresas manter-se nos 2.250 euros, o número total de veículos elétricos que uma empresa pode comprar desceu para quatro unidades, menos uma face a 2018. “Estamos assim a libertar mais apoios para o lado dos particulares”, aponta o governante. As empresas continuam a ter direito à isenção do Imposto Único de Circulação (IUC) e do Imposto sobre o Veículo (ISV).
E para os particulares, acabaram-se os cheques para comprar carros elétricos de luxo, pois o Governo criou um teto máximo de 62,500 mil euros. Isto é, só tem direito a cheque quem comprar um carro abaixo deste valor, conforme o Jornal Económico avançou em primeira mão a 30 de janeiro.
“Limitando um bocadinho mais o número de veículos por pessoa coletiva; limitando o valor máximo do veículo; aumentando o apoio para 3.000 euros por veículo para os particulares; significa que, sem dúvida, este ano vamos apoiar mais particulares face ao ano passado”, prevê José Mendes.
Outra novidade este ano é que a compra de bicicletas elétricas vai ter direito a um cheque de 250 euros, para um bolo total de 250 mil euros. Assim, os primeiros mil compradores de bicicletas elétricas vão ter direito a este cheque.
Já as motos elétricas continuam a ter direito ao incentivo este ano. O cheque vai permitir um desconto de 20% no preço da moto, num teto de 400 euros por unidade, com dinheiro previsto para a compra de 250 motos elétricas.
https://jornaleconomico.pt/noticias/governo-acaba-com-cheque-para-carros-eletricos-de-luxo-404568
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