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China chama CEOs mundiais para afirmar-se como alternativa a Trump

Num mundo dominado pela instabilidade provocada por Donald Trump, Pequim tenta afirmar-se como alternativa a Washington.
China
FILE PHOTO: Chinese President Xi Jinping attends a welcoming ceremony for Greek President Prokopis Pavlopoulos outside the Great Hall of the People, in Beijing, China May 14, 2019. REUTERS/Jason Lee/File Photo
29 Março 2025, 14h04

Como as coisas mudam e rapidamente. A China quer assumir-se como uma das forças de estabilidade num mundo em que os Estados Unidos da América estão a tornar-se cada vez mais uma fonte de instabilidade geopolítica.

Esta semana, o presidente chinês recebeu mais de 40 líderes empresariais em Pequim, incluindo os CEO da Mercedes-Benz, da Saudi Aramco, da Toyota, Mastercard, Sanofi ou HSBC.

A mensagem de Xi Jinping foi clara, apesar de não ter nomeado os EUA ou Trump. Alguns países estão a usar o comércio como “arma de arremesso” e a “forçar as empresas a tomar partido e a tomar decisões que vão contra os princípios económicos”.

“Devemos em conjunto manter o sistema multilateral de comércio, e manter em conjunto a estabilidade da cadeia de abastecimento global”, afirmou, citado pelo “Financial Times”.

Por sua vez, o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang disse: “Independentemente do que mudar no ambiente externo, a China vai abrir-se mais ao mundo”.

O encontro com os líderes empresariais teve lugar na mesma semana em que decorreram dois dos mais importantes encontros empresariais anuais do país: o China Development Fórum em Pequim, e o Boao Fórum for Asia na ilha de Hainan.

Pequim aproveitou os encontros para transmitir a mensagem de que é um bastião de estabilidade e que defende as relações comerciais mundiais, tendo beneficiado com as mesmas.

“Afinal, a China é bastante estável, não há surpresas nas políticas. Talvez porque o resto do mundo tornou-se tão caótico, a China parece melhor do que antes”, disse ao “FT” Denis Depoux da Roland Berger, que esteve presentes nos fóruns empresariais que decorreram na China.

Este consultor disse que tem aconselhado os seus clientes chineses a construírem fábricas na Europa para melhorarem o seu acesso a este mercado: “Se forem para a Europa com um bom plano de investimento, sabedoria e empregos, serão bem recebidos”.

A falta de consumo doméstico na China levou o país a registar um excedente comercial recorde em 2024 de um bilião de dólares. O Governo tem tentado fomentar a economia, mas sem sucesso.

Um dos problemas para melhorar a relação com a União Europeia seria o fim de barreiras aos produtos europeus. Muitos investidores criticaram as inúmeras barreiras ao investimento no país.

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