[weglot_switcher]

China critica “adulação” de Taipé aos EUA por restringir negócios com Huawei e SMIC

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun afirmou que “a China opõe-se firmemente à politização da ciência, da tecnologia e dos assuntos económicos e comerciais por parte dos Estados Unidos”.
China
A surveillance camera is silhouetted behind a Chinese national flag in Beijing, China, November 3, 2022. REUTERS/Thomas Peter/File Photo
17 Junho 2025, 17h40

O Governo chinês acusou hoje as autoridades de Taiwan de adularem Washington, após Taipé ter incluído duas empresas chinesas numa lista negra de entidades estrangeiras com as quais não se podem realizar transações comerciais sem autorização expressa.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun afirmou que “a China opõe-se firmemente à politização da ciência, da tecnologia e dos assuntos económicos e comerciais por parte dos Estados Unidos”.

As declarações surgem depois de, segundo Pequim, sob pressão de Washington, Taiwan ter adicionado à sua lista de entidades a tecnológica Huawei e a principal fabricante de semicondutores da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC).

Guo criticou o que classificou como “generalização do conceito de segurança nacional”, “abuso dos controlos de exportação e da jurisdição extraterritorial” e a “repressão maliciosa contra a China”.

“O comportamento das autoridades taiwanesas apenas prejudicará e destruirá Taiwan”, acrescentou o porta-voz.

Na mais recente atualização da lista de entidades da Administração de Comércio Internacional de Taiwan, publicada no fim de semana, figuram agora a Huawei, a SMIC e várias subsidiárias destas empresas, tanto chinesas como estrangeiras.

As novas regras obrigam as empresas taiwanesas a obterem autorização expressa de Taipé antes de poderem vender produtos ou tecnologia a essas companhias.

De acordo com a agência Bloomberg, as restrições vão limitar, pelo menos parcialmente, o acesso da Huawei e da SMIC a materiais e tecnologia taiwaneses relacionados com a produção de semicondutores para inteligência artificial (IA) e com a construção de fábricas do setor.

Taiwan alberga a TSMC, líder global na produção de semicondutores, uma tecnologia considerada crítica para a estratégia de autossuficiência tecnológica da China, que ainda depende de terceiros para aceder às tecnologias mais avançadas.

Embora Taipé já proíba há anos a exportação para a China de equipamento essencial para a produção de ‘chips’, como as máquinas de litografia, esta é a primeira vez que inclui empresas tecnológicas chinesas de grande dimensão no referido regime de controlo.

A TSMC — fornecedora chave de empresas como a Apple ou Nvidia — já tinha, de resto, suspendido em 2020 o fornecimento à Huawei na sequência das sanções impostas por Washington.

A decisão surge num momento de agravamento das tensões entre a China e Taiwan, ilha que funciona como entidade política soberana desde 1949, mas que Pequim considera que deve regressar à soberania chinesa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.