O chefe do Departamento de Assuntos Asiáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou hoje “grande preocupação” a um representante diplomático japonês na China, pelas declarações de funcionários japoneses numa reunião com homólogos norte-americanos.
Liu Jinsong sublinhou, durante uma reunião, que os “comentários negativos e falsas narrativas sobre a China” são “inconsistentes com os compromissos do Japão de promover uma relação estratégica mutuamente benéfica” entre Pequim e Tóquio, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.
Liu instou o Japão a adotar “uma perspetiva objetiva e racional em relação à China” e a evitar “intervir nos assuntos internos” chineses e “formar alianças exclusivas que promovam o confronto”.
O representante chinês sublinhou a necessidade de ambas as nações “trabalharem em conjunto para manter a base política das relações bilaterais” e “concretizarem efetivamente a relação estratégica mutuamente benéfica”, para manter “a estabilidade regional e global”.
O responsável japonês, Akira Yokochi, reafirmou que o Japão mantém a posição de “tratar a questão de Taiwan de forma adequada” e garantiu o empenho de Tóquio “no avanço de uma relação estratégica mutuamente benéfica” com a China.
Na segunda-feira, os chefes da diplomacia do Japão, dos Estados Unidos, da Índia e da Austrália, membros da parceria de segurança Quad, comprometeram-se a reforçar a cooperação em matéria de segurança marítima no Indo-Pacífico, face às tensões na região devido à crescente assertividade da China.
Yoko Kamikawa, Antony Blinken, Subrahmanyam Jaishankar e Penny Wong adotaram uma declaração conjunta durante a reunião anual da aliança de segurança quadrilateral, realizada em Tóquio.
Pequim tem disputas territoriais com vários países da região Ásia-Pacífico, incluindo o Japão, e, além de construir ilhas artificiais equipadas com infraestruturas militares, tem intensificado as manobras marítimas nos mares do Leste e do Sul da China, desencadeando protestos das nações vizinhas e mesmo incidentes em alguns casos, como com as Filipinas.
A reunião de segunda-feira teve lugar depois de Blinken e Kamikawa terem participado, na véspera, numa reunião 2+2 com os ministros da Defesa dos dois países, Minoru Kihara e Lloyd Austin, na qual acordaram em melhorar a coordenação militar através da reforma do comando das tropas norte-americanas no país asiático, tendo em vista a China, cujas atividades na região descreveram “como preocupantes”.
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