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China promete “todas as contramedidas necessárias” após EUA duplicarem tarifas

Trump endurece posição em relação ao seu rival estratégico ao anunciar que vai duplicar a tarifa de 10% sobre as importações vindas da China. Pequim alerta que novas tarifas americanas afetarão o diálogo bilateral e promete “todas as contramedidas necessárias”.
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The flags of the United States and China fly from a lamppost in the Chinatown neighborhood of Boston, Massachusetts, U.S., November 1, 2021. REUTERS/Brian Snyder
3 Março 2025, 07h00

O Governo chinês prometeu no final da semana passada tomar “todas as contramedidas necessárias” depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que vão entrar em vigor tarifas de 25% ao Canadá e ao México a partir de terça-feira, dia 4 de março, além de duplicar a tarifa de 10% sobre as importações vindas da China. Pequim alerta que novas tarifas americanas afetarão o diálogo bilateral

O aviso foi deixado pelo Ministério do Comércio chinês: “Se os Estados Unidos persistirem neste caminho, a China tomará todas as contramedidas necessárias para defender os seus direitos e interesses legítimos”, realçando, em comunicado, que “a China se opõe firmemente a esta medida”.

Na quinta-feira passada, Trump disse que vão entrar em vigor tarifas de 25% ao Canadá e ao México a partir de terça-feira, dia 4 de março, além de duplicar a tarifa de 10% cobrada à China. O presidente norte-americano escreveu ainda na sua rede social, a Truth Social, Trump que drogas ilícitas como o fentanil estão a ser contrabandeadas para os Estados Unidos a “níveis inaceitáveis” e que as taxas de importação obrigam outros países a reprimir o tráfico.

Os EUA acusam China, México e Canadá de facilitarem a entrada no país de fentanil, um opioide que provoca muitos danos no seu país, acusando o Canadá e México de não efetuarem controlos eficientes em suas fronteiras, e a China de “abrigar” a produção de precursores químicos da droga.

“Não podemos permitir que este flagelo continue a prejudicar os EUA e, por isso, até que pare ou seja seriamente limitado, as tarifas propostas, previstas para entrarem em vigor no dia 4 de março, entrarão, de facto, em vigor, como previsto”, escreveu Donald Trump, um dia após ter anunciado que os EUA tomaram a decisão, a anunciar em breve, de tarifas de 25% sobre os produtos europeus.

Em reação, um porta-voz do Ministério do Comércio da China, sinalizou que “isto é típico do que se chama culpar os outros e fugir à responsabilidade”, acrescentando que “a China é um dos países com a política antidroga mais rigorosa e abrangente do mundo” e está a cooperar ativamente “com os Estados Unidos e outros países do mundo” nesta matéria. Pequim advertiu que a imposição de tarifas adicionais de 10% sobre as importações chinesas por parte dos Estados Unidos “afetará gravemente o diálogo” entre os dois países sobre o controle de drogas, ao mesmo tempo que acusou Washington de “chantagem”.

O comunicado referiu ainda que as novas taxas alfandegárias “aumentarão a carga sobre as empresas e os consumidores norte-americanos e comprometerão a estabilidade da cadeia industrial global”.

Em janeiro, a China respondeu às taxas impostas por Trump — 10% sobre as importações de todos os produtos chineses — com uma taxa de 10% a 15% sobre certos produtos dos EUA, além de novos controlos de exportação de minerais essenciais e uma investigação contra o gigante tecnológico norte-americano Google. E também protestou contra as últimas taxas dos EUA de 25% sobre importações de aço e alumínio, uma vez que exporta estes materiais para outros países, como o Canadá e o México, que, por sua vez, os vendem aos EUA.

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