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China vai construir avião supersónico para superar o Concorde

Com um alcance maior do que os concorrentes, o C949 poderá voar sem escalas de Shangai a Los Angeles em cinco horas.
16 Abril 2025, 07h00

O gigante aeroespacial chinês Commercial Aircraft Corporation of China (Comac) prepara-se para construir um avião silencioso e supersónico, projetado para ter uma autonomia 50% superior à do Concorde, retirado de circulação em 2003. Este jato supersónico, chamado C949, conseguirá atingir a velocidade Mach 1,6 (sendo que Mach 1,0 representa a velocidade do som, que corresponde a 1.225 km/h) e será tão silencioso quanto o nível de ruído de um secador de cabelo.

A China prevê ter esta aeronave pronta em 2049, e ela irá rivalizar com outros projetos supersónicos em curso, como o X-59, uma joint venture entre a NASA e o fabricante norte-americano Lockheed Martin. Também a empresa privada Boom Supersonic pretende lançar o seu avião, o Overture, antes do final da década. “Isto confirma as nossas crenças: viagens supersónicas podem ser baratas, sustentáveis e confortáveis para quem está a bordo e para quem está no solo”, afirma Blake Scholl, CEO e fundador da Boom Supersonic. “Aviões avançados simbolizam superioridade tecnológica e não é por acaso que a China quer essa coroa”, acrescenta o executivo.

O projeto do C949 inclui soluções aerodinâmicas para reduzir o impacto sonoro dos voos supersónicos. A fuselagem central, que tem um formato curvo, e o nariz alongado em forma de agulha foram pensados para diminuir as ondas de choque. De acordo com a Comac, essas características podem limitar o nível de ruído a poucos decibéis.

Com um alcance maior do que os concorrentes, o C949 poderá voar sem escalas de Xangai a Los Angeles em cinco horas. A cabine executiva do avião poderá acomodar entre 28 a 48 passageiros. Segundo os analistas, estima-se que 45 milhões de passageiros por ano (1% do fluxo total de passageiros aéreos) irão necessitar desta aviação de alta velocidade.

Recentemente, para rivalizar diretamente com o Boeing 737 e o Airbus A320, a Air China comprou 100 aviões C919 produzidos pela estatal chinesa Comac, num valor de 10 mil milhões de euros. O avião, concebido para competir diretamente com o Boeing 737 e o Airbus A320, é a grande aposta da China no setor aeroespacial, uma vez que se insere no segmento dos aviões de fuselagem estreita, que representa atualmente mais de metade dos aviões comerciais em atividade no mundo.

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