O presidente da China, Xi Jinping, continua a tarefa de aumentar os compromissos económicos com a Ásia, num contexto em que diversos países da região foram (ou serão) duramente afetados pela política de novas tarifas dos Estados Unidos. Particularmente atingido, o Vietname foi a primeira paragem do presidente chinês. Xi Jinping pediu laços mais fortes com o Vietname em termos de comércio e de cadeias de fornecimento – e, para isso, promoveu a assinatura de pelo menos 45 acordos de diversos tipos.
“Os dois lados devem fortalecer a cooperação nas cadeias de produção e fornecimento”, disse Xi Jinping, citado pelos jornais chineses, estendendo esse entendimento às áreas da inteligência artificial e da economia verde. O presidente chinês foi recebido pelo líder do Vietname, To Lam, que parece ter concordado com o convidado quando este disse, mais uma vez, que “Não há vencedores nas guerras comerciais e tarifárias”. Posteriormente, numa reunião com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, o presidente chinês afirmou que os dois países deveriam opor-se à intimidação unilateral.
Um memorando de entendimento assinado no âmbito da visita visa impulsionar a cooperação entre o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional e a Câmara de Comércio e Indústria do Vietname, que emite certificados sobre a origem das mercadorias. A imprensa chinesa enfatiza que o Vietname é um importante polo industrial e de montagem no Sudeste Asiático – com a maior parte das suas importações a virem da China, enquanto os Estados Unidos são o seu principal mercado de exportação – principalmente de eletrónicos, calçados e vestuário.
Nos primeiros três meses deste ano, Hanói importou mercadorias no valor de cerca de 30 mil milhões de dólares desde Pequim, enquanto as exportações para Washington totalizaram 31,4 mil milhões. Ambos os movimentos apresentam fortes crescimentos nos últimos anos.
Após dois dias em Hanói, Xi Jinping continuará a visita na Malásia e no Camboja – sendo esta a segunda deslocação do líder chinês em menos de 18 meses, que está claramente apostado em consolidar as relações económicas numa região que está cada vez mais sob a alçada de Pequim. Defesa, segurança e infraestruturas também fazem parte da agenda, especialmente as ligações ferroviárias, referem as mesmas fontes – sendo o Vietname um dos países que usaram empréstimos chineses para construir novas ferrovias entre ambos.
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