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Cinco anos do Acordo de Paris: Metas ainda continuam muito distantes

O ponto de vista das empresas (no caso, a Eaton) e não apenas da política é um dado importante, uma vez que revela o engajamento dos privados à estratégia global do Acordo de Paris.
12 Abril 2021, 17h45

A poucos dias da celebração dos cinco anos do Acordo de Paris, assinado a 22 de abril de 2016, a gigante de origem norte-americana do setor energético Eaton fez uma avaliação das medidas adotadas no sentido da prossecução do que foi acordado por um substancial número de países – numa lista que acabaria por ‘perder’ os Estados Unidos, na altura liderados pelo republicano Donald Trump.

A visão do lado das empresas é considerada fundamental pelos analistas, uma vez que permite avaliar até que ponto é que os privados estão capacitados para fazerem a sua parte. Em fevereiro passado, de acordo com as Nações Unidas, “a nível geral, os países ainda estão longe de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC até ao final deste século, tal como estabelecido no objetivo”, refere o grupo em comunicado.

Mas, para a Eaton, empresa líder na gestão de energia, “existem algumas razões para o otimismo e este é um momento chave do caminho para a transição energética, que não pode ser perdido, e que a marca tem ajudado, a nível global, a levar a cabo”.

A chegada de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos e a sua decisão de regressar ao Acordo Climático de Paris “representa uma redução de 7% nas emissões globais de CO2 dos combustíveis fósseis até 2020, como indicado num artigo publicado no Nature Climate Change. Embora este número se deva principalmente a políticas de contenção e outras medidas resultantes da Covid-19, poderia também indicar uma mudança na tendência, pelo menos nos países mais desenvolvidos”.

De facto, refere o grupo, este mesmo estudo assinala que 64 países de alto e médio rendimento “já estão a diminuir as suas emissões de carbono provenientes da combustão de combustíveis fósseis desde 2015, enquanto outros 150 continuaram a aumentá-las neste período”.

“O acordo alcançado no ano passado para a recuperação económica da Europa após a Covid-19 é também um passo em frente nesta matéria, não só porque afeta quase um terço dos fundos à luta contra as alterações climáticas, mas porque especifica que todos os investimentos devem ser coerentes com o objetivo do Acordo de Paris de reduzir os gases com efeito de estufa”, diz José António Afonso, responsável do segmento de Commercial Building da Eaton Iberia, citado pelo comunicado.

Alguns dos eixos destes investimentos poderiam ser a eletrificação e a mobilidade sustentável: a eletrificação dos sectores dos transportes, edifícios e indústria na Europa poderia reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 60% entre 2020 e 2050.

A Eaton é uma empresa do setor elétrico, com interesses na distribuição e gestão de energia, com vendas de 17,9 mil milhões de dólares em 2020 e aproximadamente 92 mil funcionários, operando em mais de 175 países.

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