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CIP defende que próximo Orçamento do Estado deve “fomentar o investimento”

Na apresentação, Óscar Gaspar, vice-presidente do Conselho Geral e vogal da direção da CIP, sustentou que Portugal se encontra numa “situação particularmente gravosa”, estando mesmo à beira de uma “histórica” e “profunda” recessão técnica.
  • Cristina Bernardo
17 Setembro 2020, 18h47

Na apresentação das medidas propostas para o Orçamento do Estado 2021, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, admitiu esperar que as propostas “sejam bem recebidas pelo Governo”, uma vez que estas foram elaboradas com o objetivo de salvaguardar o futuro das empresas portuguesas.

“O desemprego caminha de forma galopante para níveis acima dos 10%”, alertou o líder dos ‘patrões’, que aproveitou a elaboração das propostas para o próximo Orçamento do Estado para propor o “fomentar o investimento” nas empresas, numa altura em que o regresso ao trabalho ‘normal’ é inevitável, após a pandemia.

Na apresentação das propostas, Óscar Gaspar, vice-presidente do Conselho Geral e vogal da direção da CIP, sustentou que Portugal se encontra numa “situação particularmente gravosa”, estando mesmo à beira de uma “histórica” e “profunda” recessão técnica, apontando que esta será uma realidade a ter em conta ainda este ano e que a recuperação só dependerá do que for feito no documento do orçamento.

Ainda assim, Óscar Gaspar elogiou os empresários nacionais, uma vez que estes “têm mostrado uma fortíssima resiliência, têm conseguido manter empregos e tido novas oportunidades”. Após um inquérito, o vice-presidente explicou que a grande maioria dos empresários considera que as medidas impostas pelo Executivo, para a recuperação empresarial, ficaram “aquém” e que “precisam de ir mais longe”.

Nestas propostas, a CIP apresentou medidas temporárias e medidas permanentes, sustentando que as empresas precisam de mais apoios dos que os que foram dados pelo Governo.

Numa das medidas temporárias, a CIP apresentou um sistema de carry back, porque é “óbvio que a maioria das empresas terá prejuízo” no ano que corre, e o prejuízo apresentado este ano deveria poder “ser refletido nos anos anteriores”. Óscar Gaspar explicou que a ideia apresentada é inovadora, que tem um grande impacto mas que já se encontra a ser aplicada em outros países, nomeadamente a Nova Zelândia, e que tem sido bastante satisfatória.

A CIP divide ainda as medidas permanentes em cinco capítulos: Capitalizar para investir, Estimular e atrair fiscalmente o investimento, Qualificar e requalificar para competir, Melhorar o ambiente de negócios e Investir com racionalidade.

Questionado pelo Jornal Económico, após a apresentação, relativamente à previsão de contração de 9,3% divulgado pelo Conselho de Finanças Públicas,, uma vez que as instituições agravaram as previsões e já nenhuma se situa abaixo dos 9%, António Saraiva admite já se esperavam estes números mas que aguardam “pelo final do ano para perceber a dimensão do que a pandemia gerou à economia”.

Ainda assim, o presidente da confederação aponta que já “prevíamos, não só para Portugal, mas para a Europa e para o mundo, vai ter obviamente a economia em recessão”, sendo que “o nosso país, à dimensão que temos”, é “forçoso não baixar os braços”, uma vez que temos de vencer a pandemia, encontrar a vacina ou um medicamento que “ultrapasse este problema e nos acautele a saúde” e “temos de desenvolver metodologias”, uma vez que ainda existem desafios a ser ultrapassados para a economia, como é o exemplo da “transição para a sociedade digital, combate às alterações climáticas, descarbonização, rede de transportes e infraestruturas”.

Estas são as medidas propostas pela CIP para o OE 2021

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