À medida que as organizações por todo o mundo apresentam planos de regresso ao escritório, um estudo da Accenture revela que 83% das pessoas afirmam que um modelo de trabalho híbrido é o ideal, com a possibilidade de trabalharem remotamente de qualquer lugar entre 25% e 75% do tempo.
O estudo global ‘The Future Of Work: Productive Anywhere’ levado a cabo pela consultora e que abrangeu 9.326 profissionais, indica que 40% dos indivíduos “sentem que podem ser produtivos e manter o bem-estar em qualquer lugar”, independentemente de o fazerem de forma remota ou fisicamente no local, ou uma combinação dos dois, o chamado “trabalho híbrido”.
Adicionalmente, 85% das pessoas que afirmam que podem manter a produtividade e o bem-estar em qualquer lugar também afirmam que “planeiam permanecer na mesma empresa durante muito tempo”. No entanto, o estudo revela que encontrar um modelo híbrido que funcione para todas as gerações pode ser um desafio: 74% dos membros da Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 a 2010) querem mais oportunidades para colaborar com os colegas presencialmente, uma percentagem maior do que os 66% da Geração X (pessoas nascidas entre 1965 e 1981) e os 68% dos Baby Boomers (pessoas nascidas entre 1946 e 1964).
“Há um padrão que emerge na força de trabalho pós-pandemia – ‘o colaborador produtivo em qualquer lugar”, afirma Pedro Galhardas, managing director responsável pela área de Estratégia e Consultoria da Accenture Portugal. “Este novo segmento de colaboradores consiste em indivíduos que permanecem produtivos – seja fisicamente no local de trabalho ou em casa – e que são quem tem os mais robustos recursos pessoais e organizacionais. Como líderes responsáveis, precisamos de direcionar a discussão sobre o futuro do trabalho não apenas para a localização, mas também para ir ao encontro do que impulsiona a produtividade, saúde e resiliência dos nossos colaboradores, afirma Galhardas.
O relatório da Accenture indica ainda que o que separa os profissionais que são produtivos em qualquer lugar (40%) daqueles que se sentem desconectados e frustrados (8%), não é o stress, mas o facto de terem os recursos certos, a nível individual e organizacional, para os ajudar a serem mais produtivos em qualquer lugar. Esses recursos vão desde a “autonomia no trabalho, saúde mental, uma liderança próxima, a uma organização digitalmente madura”.
Outra das conclusões prende-se com as organizações que permitem que uma força de trabalho “resiliente” seja mais produtiva e equilibrada em qualquer lugar. No estudo, 63% das empresas com altos índices de crescimento e aumento de receita, já possibilitam modelos de força de trabalho de “produtividade em qualquer lugar”, sendo que os colaboradores têm a opção de trabalhar remotamente ou no escritório. Enquanto a grande maioria (69%) das empresas com crescimento negativo ou sem crescimento ainda está focada no local onde as pessoas vão estar fisicamente, preferindo ter todos nas instalações da empresa, ou remotamente, em vez de promoverem o modelo híbrido.
“As pessoas que têm a opção de trabalhar num modelo híbrido são capazes de gerir com maior facilidade os desafios de saúde mental, apresentam relações de trabalho mais fortes e planeiam ficar nas empresas onde trabalham durante muito tempo”, acrescentou Pedro Galhardas. “Muitas conversas sobre o futuro do trabalho andam em torno da localização, mas o que os líderes precisam perguntar é como desbloquear o potencial de cada um, independentemente do local onde estão a trabalhar”.
A Accenture, acrescenta ainda que “numa fase em que os líderes das organizações consideram as várias opções disponíveis para a sua força de trabalho, devem ir além do foco na localização física, para criar um modelo de trabalho de futuro que proporcione aos colaboradores os recursos de que precisam para serem mais produtivos em qualquer lugar”. A consultora recomenda que as organizações considerem as seguintes ações:
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