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Com os portugueses na transição energética

É necessário tempo para aumentar a taxa de adoção de viaturas mais ecológicas em Portugal, bem como o apoio estratégico por parte do Governo através de incentivos e da criação de uma rede nacional de carregamento elétrico.
11 Fevereiro 2021, 09h04

Foi com agrado que assistimos recentemente ao discurso do primeiro-ministro na abertura da presidência portuguesa da União Europeia (UE), sob o tema “Tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital”. O caminho apontado exige readaptação para alguns quadrantes da economia, reconversão de negócios ou, como já preconiza o setor do Financiamento Especializado representado pela ALF, uma evolução continuada para um planeta mais sustentável.

Para cumprir o desígnio da transição energética, os transportes são um dos pilares centrais – mais de 25% das emissões de gases com efeito de estufa na UE provêm deles –, com diversos objetivos traçados para o transporte automóvel a nível europeu, que estabelecem um prazo para o fim dos automóveis com motores de combustão. Também por isto, a necessidade de renovação do parque automóvel português e das frotas das empresas nacionais, tanto em viaturas ligeiras como pesadas, será, mais que nunca, um assunto com que o tecido empresarial e os particulares se irão debater.

Sem surpresa, muitos construtores automóveis já lançaram ou têm em pipeline soluções de propulsão elétricas, sejam híbridos ou elétricos puros, cada vez mais avançadas. No entanto, é necessário ter conhecimento e capacidade para saber acompanhar o mercado e incorporar as inovações que vão surgindo, nas estratégias gerais e estruturas de custos das empresas. Será que todos serão capazes de as aproveitar da forma mais eficiente? E como financiar esta transição energética? Os custos de adoção e as incertezas inerentes podem ser por vezes assustadores para alguns agentes económicos.

O Leasing, como financiador por excelência do investimento produtivo, e o Renting como especialista de gestão de frotas, são na maioria dos casos, as soluções que melhor respondem aos requisitos de gestão, em particular das PME que não querem nem podem ficar para trás, neste ritmo de inovação.

Se, em 2014, se estima que o Renting fosse utilizado por apenas 4% das empresas, hoje ele já contempla um quinto do tecido empresarial, com grande divulgação não só junto das grandes empresas, mas também das PME, e nos últimos 2 anos, com um elevado ritmo de adoção por parte dos particulares, desmontando o mito da limitação do Renting às grandes frotas.

A sustentabilidade por via da transição para energia descarbonizada, da manutenção rigorosa dos veículos e pela redução da idade média do parque automóvel, é inegável. Vantagens essas que os associados da ALF colocam à disposição dos nossos empresários e que eles levam à estrada: em 2019, 14% da venda de veículos ligeiros novos teve recurso ao Renting, percentagem essa bastante superior no caso das grandes frotas.

Já no Leasing de automóveis ligeiros, de 2013 para 2018 houve um crescimento anual médio de 31% no valor dos contratos, e de 29% no número de novos contratos. De acordo com o Estudo elaborado pela Deloitte sobre a Importância do Financiamento Especializado para a Economia Portuguesa, as viaturas financiadas em Leasing representaram 20,3% do total de novas matrículas realizadas em Portugal.

Um futuro renovado para proteger o ambiente em que também entra a micromobilidade, setor alimentado pela economia da partilha, com scooters, bicicletas e trotinetas à cabeça, e em que o financiamento especializado é uma realidade inegável em alguns países Europeus, e uma realidade crescente em Portugal.

Diz-nos um estudo divulgado recentemente (“Tendências na mobilidade e gestão de frotas nas empresas portuguesas”) que 20% das empresas já têm na sua frota veículos movidos por energias alternativas sob contrato de Renting. Aliás, a sustentabilidade e a transição para uso de viaturas mais “verdes” é preocupação de 46% dos empresários, e em 66% das empresas a redução das emissões poluentes é um objetivo.

No entanto, esta transição não se fará de um momento para o outro, nem o parque automóvel nacional maioritariamente composto por viaturas movidas a diesel e gasolina se transformará automaticamente. É necessário tempo para aumentar a taxa de adoção de viaturas mais ecológicas em Portugal, bem como o apoio estratégico por parte do Governo através de incentivos e da criação de uma rede nacional de carregamento elétrico. Entretanto, deve-se apostar também na substituição por viaturas que respeitem a norma EURO 6, bastante mais eficientes ao nível das emissões poluentes.

É ao lado destas iniciativas e destas empresas que a ALF e seus associados querem estar, sendo o Leasing e o Renting instrumentos indispensáveis de acesso e agentes para a transformação verde.

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