[weglot_switcher]

Comércio online em Portugal desceu pela primeira vez (com áudio)

O estudo da DPD conclui que Portugal tem menos consumidores online do que a média europeia, mas estes são ligeiramente mais exigentes no preço e na forma como o produto é entregue.
9 Março 2023, 08h20

O Barómetro e-Shopper 2022 da DPD conclui que os últimos anos trouxeram acrescidas dificuldades, com a elevada inflação, os elevados preços da energia e a guerra na Ucrânia, o que levou a que o e-Commerce em Portugal registasse um decréscimo, pela primeira vez. No ano de 2022 o estudo conclui que 66% dos portugueses são e-shoppers – isto é, que compram online – mas apenas 39% são e-shoppers regulares.

Os 66% de e-shoppers portugueses representam uma queda de 8% face a 2021, e fica ainda abaixo da média europeia de 77%, mas é uma melhoria de 1% face ao valor registado em 2019, quando os constrangimentos pandémicos não se sentiam nas entregas.

No caso dos e-shoppers regulares, Portugal registou também um decréscimo de 6% em 2022 face a 2021, e situa-se, também, abaixo da média europeia de 48%.

Para o CEO da DPD Portugal, Olivier Establet, esta quebra “é o espelho do regresso dos consumidores às lojas físicas, após um período de maiores restrições e receio das pessoas em estar em espaços fechados”.

As categorias mais populares dos e-shoppers regulares são a moda, com 61%, a beleza/saúde, com 50% , situando-se estes dois acima da média europeia, o calçado, também está no top das categorias com 43%. Os produtos de high-tech reduziram 8%, para 27%.

As compras por impulso diminuíram em Portugal, comparando com outros e-shoppers europeus , registando uma média em Portugal de 17%, face aos 27% da média europeia.

Durante a pandemia houve um elevado crescimento na compra de frescos e bebidas online, um valor que permaneceu estável durante o ano de 2022, tendo 35% dos e-shoppers regulares encomendaram online frescos e bebidas. Maioritariamente são os solteiros que realizam mais as compras nesta categoria, com 38%, um valor que cresceu 11% face a 2021 e que se encontra acima da média europeia.

Os e-shoppers regulares portugueses continuam convencidos pelas compras online, sendo que 63% afirma que comprar online reduz o stress e 81% revelam que as compras online poupam tempo.

Relativamente ao preço, 65% dos e-shoppers portugueses consideram que as compras online permitem-lhes poupar dinheiro, sendo que 78% estão sempre à espreita de um bom negócio e 72% consideram o preço o fator mais importante nas suas decisões de compra.

Durante o ano de 2022 concluiu-se que a nível europeu a percentagem de e-shoppers regulares que compram em websites estrangeiros diminuiu face ao ano passado, sendo que em Portugal o valor reduziu 7%, fixando-se nos 75%, um valor que se situa acima da média europeia de 57%. Os países estrangeiros mais comuns para os portugueses comprarem são a Espanha, a China e o Reino Unido.

O estudo revela ainda que cerca metade dos e-shoppers portugueses admite comprar produtos em segunda mão, fazendo em média oito vezes por ano. São 73% de e-shoppers que preferem comprar produtos em plataformas C2C (consumer to consumer) por ser mais barato do que adquirirem novos produtos.

Olivier Establet, afirma que “conseguimos perceber que os e-shoppers valorizam, cada vez mais, a economia circular, nomeadamente por uma questão de custos. Contudo, acreditamos que esta possa vir a ser uma tendência crescente nos hábitos de consumo dos portugueses, podendo ser um caminho importante na ótica da sustentabilidade, uma vez que a sociedade passa a reaproveitar artigos que, na maior parte das vezes, têm potencial para uma segunda vida, apelando a menos consumismo e a comprar o que é novo”.

No que toca ao processo de entrega, os consumidores querem cada vez mais que a entrega seja feita à sua maneira, sendo que 82% dos e-shoppers valoriza o facto de poder conhecer o período em que vai receber a sua entrega, sendo este um fator que faz com que o consumidor continue a realizar compras online.

Os portugueses continuam a preferir a entrega ao domicílio, com 82% de preferência, um valor que diminuiu 2 pontos percentuais face a 2021. Já 24% das entregas são realizadas fora de casa, sendo que as entregas em lockers cresceram 2% em 2022, registando uma preferência de 5%. Oliver Establet afirma que “a alternativa out-of-home tem vindo a ganhar o seu espaço nos hábitos dos portugueses, demonstrando ser uma solução cómoda, ágil e, sobretudo, amiga do ambiente, uma vez que reduzimos o número de deslocações que um estafeta tem de fazer com as suas entregas”.

A sustentabilidade continua a ser um fator importante para os e-shoppers, tanto na parte do do produto em si como na parte de entrega do produto. 68% dos consumidores online refere que é mais provável optarem por um website, retalhista ou app que tenha opções de entrega amigas do ambiente.

O Barómetro e-Shopper da DPD é um estudo amplo que contou com 36 mil entrevistas, em 22 países europeus e nove extra-Europa. O estudo foi realizado a pessoas com idades compreendidas entre os 18 anos e os 70 anos, durante o mês junho de 2022.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.