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Companhias querem benefícios fiscais para estimular a poupança

Há quem defenda o regresso dos benefícios no momento da subscrição dos produtos de poupança, nomeadamente para a reforma. E há outra corrente que defende que o benefício deve ser à saída.
17 Março 2017, 09h13

A poupança é um tema que preocupa o setor segurador que considera ser necessário adoptarem-se  medidas de estímulo, podendo estas ser a aplicação de benefícios fiscais. O alerta foi deixado tanto pelas companhias de seguros, como pelo supervisor do setor, no Fórum Seguros, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC.

Para Isabel Castelo Branco, presidente da BPI Vida e Pensões, a questão centra-se na demografia e exige uma adaptação à realidade do país. “Temos uma taxa de poupança historicamente baixa, nos 4%, e estamos a começar a ver os efeitos da pirâmide invertida e da baixa natalidade”.

As gerações mais jovens já não têm a mesma expectativa em relação à reforma do que as gerações mais velhas, o que é uma discussão importante para o setor, segundo Isabel Castelo Branco. Neste sentido, acredita que o setor dos seguros deve questionar-se sobre as formas de “captar as novas gerações que estão mais habituadas a viver com risco, que estão mais avessas a fazer seguros e que estão mais propensas a fazer poupanças a curto prazo”.

“As seguradoras estão vocacionadas para acompanhar as várias fases da poupança dos clientes e essa é uma discussão que deve ser recuperada”, acrescentou. Isabel Castelo Branco ressalvou ainda que não só pessoas individuais, mas também empresas são chamadas à discussão. Na opinião da presidente da BPI Vida e Pensões, as empresas são determinantes para dar a conhecer aos funcionários as diferentes opções de poupança a curto ou longo prazo.

O presidente da Tranquilidade, Jan de Potter, sublinhou também a necessidade de lançar estímulos para as empresas e planos de reforma para os consumidores. “Não se deve fazer o investimento só para o beneficio fiscal porque este é um beneficio de longo prazo. O cliente deve fazer o investimento porque há uma necessidade”. Em todo o caso, ao optar-se pelos benefícios fiscais, por exemplo em Planos Poupança Reforma (PPR), o CEO da Tranquilidade considera que estes devem acontecer à entrada, ou seja, no momento da subscrição como forma de atrair aforradores. José Almaça, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) defendeu também a adoção de benefícios fiscais mas à saída, no sentido de estimular a poupança de longo prazo.

Já Nélson Macho considera que esta discussão não é fácil e deve ser feita de forma séria. “O problema da discussão sobre a sustentabilidade da Segurança Social e a reforma necessária é que deixou de ser uma discussão técnica e passou a ser ideológica”.

Independentemente dos estímulos que possam existir, José Alvarez Quintero, administrador da Fidelidade, considera que “é preciso ser mais inovador e interventivo” para incentivar as pessoas a pouparem.

Apostas para 2017
Para este ano, e perante todos os desafios apresentados na conferência, os responsáveis das companhias revelaram qual será o foco das suas seguradoras para este ano.

Isabel Castelo Branco frisou que o foco vai estar “na relação com o cliente”, porque acreditarem estar aí o seu fator diferenciador. Já o CEO da Tranquilidade adiantou que 2017 será o ano para concretização da integração plena da Açoreana. A Fidelidade está apostar na inovação e no lançamento de novos produtos. Já  a Ocidental Vida vai reforçar a aposta na Médis e também em parecerias para o ramo não vida.

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