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Competências e talento são preocupação das empresas com IA generativa

O estudo “Generative AI Governance Survey”, que dá nome à conferência promovida em parceria com o Jornal Económico em que foi apresentado, resulta da auscultação, em maio e junho deste ano, de cerca de mil gestores de 120 empresas.
Paulo Paixão | Cristina Bernardo
3 Julho 2024, 09h31

A maior preocupação dos gestores com a adoção da Inteligência Artificial generativa (Gen AI) é com competências e talento, revela um estudo desenvolvido pela consultora KPMG e apresentado esta quarta-feira, 3 de junho.

O estudo “Generative AI Governance Survey”, que dá nome à conferência promovida em parceria com o Jornal Económico em que foi apresentado, resulta da auscultação, em maio e junho deste ano, de cerca de mil gestores de 120 empresas em Portugal e nos EUA.

A maioria dos inquiridos “assume que a necessidade de novas competências e talento – bem como o reskilling e a alteração cultural – são os fatores mais disruptivos do processo” de adoção de Gen AI, refere o estudo.

No inquérito, perpassa “uma visão de que todos os membros do conselho de administração participam no processo”, mas assinala-se que “a principal responsabilidade” reside no CTO/CIO, responsáveis pela informação ou tecnologia, ou no CDO, responsável pelos dados.

“A supervisão destes processos ainda não está bem definida”, refere Paulo Paixão, Head of Audit & Assurance da KPMG, que apresentou o estudo. “Estamos numa fase de aprendizagem ainda não estruturada”, acrescenta.

“O talento é considerado um dos fatores mais disruptivos do processo – a este respeito, 47% dos inquiridos que participaram no estudo, referem que o conselho de administração apenas possui conhecimentos genéricos sobre o tema”, conclui o estudo.

As grandes preocupações dos gestores na adoção da Inteligência Artificial generativa respeitam à cibersegurança e, também, com a Incorreção ou distorção de resultados, “seja por via da qualidade dos dados ou resultados” ou pelos “algoritmos”.

É possível verificar que, no presente estado de desenvolvimento do processo, apenas 40% dos inquiridos em Portugal considera que os benefícios da Gen AI já ultrapassam os riscos, visão que é partilhada com os EUA, onde 39% dos inquiridos dizem o mesmo.

“Ainda estamos numa fase em que a valorização dos riscos é superior à expectativa de benefícios”, diz Paulo Paixão.

Paixão assinala, ainda, que, em Portugal, os riscos percecionados para a reputação das empresas são, também, referidos.

Acrescenta, também, que é necessário que as organizações tenham um plano para supervisionar a Gen AI, mas também para aproveitarem as oportunidades que a tecnologia apresenta.

A conferência sobre o “Generative AI Governance Survey” decorre em Lisboa e contou com a participação, além de Paulo Paixão, de João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance.

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