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“Competente” e “rosto derrotado do passado”: O que dizem os partidos sobre a nomeação de Maria Luís Albuquerque

No que diz respeito aos partidos, à direita os deputados classificaram Maria Luís Albuquerque como competente, já à esquerda associaram a antiga governante aos tempos dificeis da troika.
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque defendeu em abril deste ano, na Comissão Eventual Parlamentar de Inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, que era “sua convicção pessoal” de que a nacionalização do Banco Espírito Santo (BES) sairia muito mais cara ao Estado do que a Resolução que veio a ser feita
28 Agosto 2024, 17h19

O primeiro-ministro português anunciou, esta quarta-feira, a “decisão, com o apoio de todo o Governo, de propor a Ursula Von der Leyan, Maria Luís Albuquerque para integrar o novo colégio de comissários europeus em representação de Portugal”.

Para Montenegro Maria Luís Albuquerque é uma personalidade de reconhecido “mérito académico, profissional, político e cívico” e “desempenhou as funções de docente universitária, de secretária de Estado do Tesouro, de ministra de Estado e do Tesouro, além de várias funções no setor público, privado e social”.

No que diz respeito aos partidos, à direita os deputados classificaram Maria Luís Albuquerque como competente, já à esquerda associaram a antiga governante aos tempos difíceis da troika.

Da parte do PS, Pedro Delgado Alves disse que o Governo podia ter ouvido os outros partidos, em particular o PS, sobre a escolha da comissária europeia. “Teria sido democraticamente mais saudável e desejável”.

A escolha de Maria Luís Albuquerque é uma opção que não é “necessariamente uma boa notícia, ou uma boa memória”, porque a ex-ministra foi “responsável direta por medidas muito gravosas”, acrescentou.

A primeira reação ao anúncio do primeiro-ministro foi do PAN. Na perpectiva da porta-voz do partido, a escolha de Maria Luís Albuquerque  “é sinónimo da política conservadora do PSD. É sinónimo de austeridade, dos tempos da troika que os portugueses não esqueceram”.

Inês Sousa Real revelou que irá propor no Parlamento que Albuquerque seja ouvida sobre a “visão que vai levar para a UE”.

Por sua vez, o líder do grupo parlamentar do CDS, Paulo Núncio saudou Maria Luís Albuquerque pelo cargo na Comissão Europeia e classificou-a como sendo uma pessoa competente e que vai representar bem Portugal na Europa.

“Conheço muito bem Maria Luís Albuquerque, trabalhei com ela durante quatro anos e meio. Posso testemunhar que é uma pessoa muito competente, muito capaz e que vai representar muito bem Portugal na Comissão Europeia e que certamente é uma excelente escolha”, frisou.

Seguiu-se o Livre, que lamentou, esta quarta-feira, a escolha da Maria Luís Albuquerque para a Comissão Europeia e admitiu que o partido ficou surpreendido. “Maria Luís Albuquerque está há vários anos afastada da vida política nacional e conhece muito pouco do pensamento europeu, e aquilo que se conhece de Maria Luís Albuquerque é muito mau”, disse o deputado Jorge Pinto.

Do lado da Iniciativa Liberal, a deputada Mariana Leitão espera que Maria Luís Albuquerque tenha espírito reformista no cargo que vai exercer na Comissão Europeia.

“A indicação de Maria Luís Albuquerque é uma prorrogativa do Governo não sujeita a consulta. É uma pessoa cujo currículo e a experiência aparentam ter as competências técnicas necessárias para o cargo que vai desempenhar”, destacou.

Paula Santos, líder parlamentar do PCP, disse que o que importa são as políticas que Albuquerque pretende desenvolver na “defesa dos salários, pensões, habitação, qual é a opinião sobre as taxas de juro”.

“Já conhecemos Maria Luís Albuquerque. Foi membro do Governo no período da troika, de má memória para os trabalhadores e o povo. Teve responsabilidades sérias no corte de salários e pensões”, sublinhou.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, considerou que esta é uma das “piores representações da governação em Portugal. “Foi sobretudo uma agente da troika no Governo português”. “É um rosto derrotado do passado”, afirmou Figuiredo.

 

 

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