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Competição em Macau cria prémio para ‘startups’ de PALOP e Timor-Leste

Marco Duarte Rizzolio, cofundador da 929 Challenge, disse à Lusa que o prémio ‘Future Builders’ (Criadores do Futuro) foi criado para encorajar os participantes dos países lusófonos menos desenvolvidos.
insolvências empresas
26 Junho 2025, 19h23

A quinta edição da competição 929 Challenge em Macau vai incluir um prémio para a melhor ‘startup’ dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, anunciou hoje a organização.

Marco Duarte Rizzolio, cofundador da 929 Challenge, disse à Lusa que o prémio ‘Future Builders’ (Criadores do Futuro) foi criado para encorajar os participantes dos países lusófonos menos desenvolvidos.

“Temos uma língua em comum, mas o patamar de desenvolvimento económico de cada um dos países é completamente diferente”, explicou Rizzolio, à margem de uma conferência de imprensa.

A última edição da competição para ’startups’ chinesas e dos países de língua portuguesa registou um novo máximo, com mais de 1.600 participantes em mais de 320 equipas.

No entanto, em 2024, a 929 Challenge não recebeu quaisquer projetos de Timor-Leste ou de São Tomé e Príncipe.

Com o novo prémio, Rizzolio disse esperar que na edição deste ano haja ‘startups’ de todos os nove países lusófonos.

“O objetivo é isso, incentivar, mas também é ajudar (…). Se eles conseguem ganhar aquele prémio, já é algo de motivador para eles, para poderem desenvolver o projeto”, explicou.

A ‘startup’ portuguesa Iplexmed, que desenvolve dispositivos de diagnóstico genético rápido, venceu a edição do ano passado, enquanto a também portuguesa NS2, que fornece soluções inteligentes para monitorizar a qualidade da água para uma aquicultura sustentável, ficou em terceiro.

A única vez que uma equipa dos PALOP e de Timor-Leste chegou aos finalistas foi logo na primeira edição, lançada em 2021, em plena pandemia de covid-19, então apenas direcionada a estudantes universitários.

Um projeto da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau para instalar painéis solares na região de Gabu, no leste do país, ficou em segundo lugar.

“No final, quem ganha muitas vezes são equipas que têm já produtos maduros, serviços maduros”, explicou Rizzolio.

As inscrições estão abertas até 30 de setembro, tanto para empresas como para equipas de alunos universitários.

Rizzolio, também professor da Universidade Cidade de Macau, recordou que a competição tem novos parceiros, incluindo a StartupPorto, a Cabo Verde Digital e a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.

Os melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em novembro.

O outro cofundador da competição, José Alves, sublinhou que a competição “ainda não é um sucesso” porque até agora não conseguiu atrair projetos para abrir portas em Macau.

“Precisamos de identificar as melhores ‘startups’, investir nelas e trazê-las para o mercado da China continental, ou levá-las da China para os países lusófonos”, explicou o docente.

O concurso é coorganizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e por várias instituições da região administrativa especial chinesa, incluindo todas as universidades.

O secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Danilo Afonso Henriques, reiterou na conferência de imprensa que “estabelecer ‘startups’ em Macau requer apoio continuado”.

“Sem esforços coletivos e sustentados, esta visão corre o risco de permanecer por realizar, tornando redundante os esforços e trabalho árduo de tantos”, alertou o timorense.

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