Comprar casa continua a ser uma das maiores decisões financeiras das famílias portuguesas, e a escolha do crédito à habitação assume um papel determinante nesse processo. Num contexto de taxas de juro ainda elevadas e forte pressão sobre o poder de compra, especialistas alertam para a importância de analisar cuidadosamente todas as variáveis antes de assinar contrato com o banco.
Entre os principais fatores a considerar, a taxa de juro surge como o elemento central. As opções dividem-se entre taxas fixas, variáveis e mistas. Enquanto a taxa fixa garante estabilidade ao longo de todo o contrato, a variável continua sujeita à volatilidade do mercado, fator que tem penalizado os consumidores nos últimos anos. Já a mista procura conjugar as duas modalidades, oferecendo estabilidade inicial e ajustamentos posteriores.
Outro ponto crítico é o prazo do empréstimo. Em Portugal, os prazos podem chegar a 40 anos, ao contrário de outros países europeus onde a média varia entre 15 e 25 anos. Um prazo mais longo permite reduzir as prestações mensais, mas implica o pagamento de mais juros no total. Pelo contrário, prazos mais curtos exigem maior esforço mensal, mas reduzem o custo global do crédito.
O montante financiado também depende do perfil do cliente e do imóvel em questão. Os bancos podem financiar até 90% do valor da avaliação, obrigando as famílias a garantir pelo menos 10% do valor da casa como entrada inicial.
Além dos juros, os consumidores devem ainda estar atentos às comissões bancárias e custos adicionais, que incluem seguros obrigatórios (vida e multirriscos), avaliação do imóvel e comissões de abertura. A TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) é, por isso, o indicador mais completo para comparar propostas, já que integra todos os encargos associados.
A capacidade de endividamento é outro critério decisivo: a taxa de esforço, que corresponde à percentagem do rendimento destinada ao pagamento de créditos, deve ser calculada antes de avançar com qualquer decisão.
Os especialistas sublinham ainda a relevância da flexibilidade contratual. Condições como amortizações antecipadas sem penalizações ou renegociação de termos podem ser determinantes em períodos de maior incerteza financeira.
Finalmente, há ainda a questão dos produtos associados, como cartões de crédito ou contas ordenado, que podem ser apresentados como contrapartida para taxas mais atrativas. Apesar de poderem reduzir o custo do crédito, é fundamental avaliar se estes produtos trazem realmente valor ao cliente.
Para avaliar o impacto real das taxas e condições de um crédito à habitação, é também aconselhável recorrer a uma simulação da taxa euribor. Neste processo, o consumidor pode definir o montante do empréstimo, o valor da entrada inicial e o prazo de pagamento, obtendo assim o valor estimado da prestação mensal. Este cálculo é determinante para medir a sustentabilidade financeira do agregado familiar.
Ao simular, torna-se ainda possível comparar as diferentes ofertas disponíveis no mercado, adaptadas ao perfil de cada cliente. Este mecanismo coloca os bancos em concorrência direta, permitindo ao consumidor identificar campanhas em vigor, aceder às melhores taxas e, em última análise, escolher a proposta que garante maior equilíbrio económico no longo prazo.
Fonte: Simulador de crédito habitação do ComparaJá.
Em suma, a escolha do crédito à habitação deve resultar de uma análise cuidada de diferentes propostas, da capacidade financeira de cada agregado e da negociação direta com as instituições bancárias.
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