[weglot_switcher]

Compras de fim de ano: aprenda a pescar

Em termos de finanças pessoais, é fácil dar dicas de poupança para enfrentar esta época de consumismo. Menos fácil é deixar algumas linhas para pensar. Afinal, melhor do que dar peixe, é ensinar a pescar.
20 Novembro 2020, 09h25

O fim de cada ano é pródigo em promoções, que podem ser amigas ou uma tentação para a carteira. Se, para trás, já ficaram fins de semana especiais em várias cadeias de lojas e até a transposição para Portugal da tradição chinesa do Dia dos Solteiros, agora vêm aí as promoções de Black Friday, Cyber Monday ou de Natal.

Em termos de finanças pessoais, é fácil dar dicas de poupança para enfrentar esta época de consumismo. Menos fácil – mas mais produtivo – é deixar algumas linhas para pensar. Afinal, melhor do que dar peixe, é ensinar a pescar. Antes de comprar qualquer coisa, pense comigo:

  • Esta é uma compra pensada? O ideal, em termos de finanças pessoais, é fazer um orçamento periódico, por exemplo mensal, onde coloca os ganhos e gastos fixos, deixando sempre espaço para um valor que vai poupar, por muito pequeno que seja. Caso faça isso, saberá que comprar um produto nesta altura pode ser uma compra que não está alinhada com o seu orçamento e desiste de comprar. Por outro lado, se pensar nas suas finanças a longo prazo, pode juntar ao longo do ano para comprar, nas promoções de fim de ano, aquele produto que tanto desejava ou o presente de Natal, sem ir contra a sua planificação.
  • Esta compra é compensatória? A felicidade de cada um não pode depender de compras, mas é natural que alguns objetos – livros, um jogo ou uma garrafa de vinho, entre milhares de outros – possam dar prazer a quem o compra. A questão a fazer é se a compra é satisfatória e se essa satisfação vai durar o tempo suficiente para compensar a parte do orçamento que foi investida.
  • Esta compra é necessária? Todos cedemos a alguns caprichos, mas, quando estamos a falar de compras, até o valor mais pequeno pode tornar-se caro, caso o que comprarmos não seja necessário, e acabar arrumado a um canto. Uma boa promoção só o é se já tivéssemos intenção de comprar aquele produto. Se não, estamos apenas a comprar algo que é mais barato do que o normal, mas caro, no geral, já que não estava no nosso plano.
  • Esta compra está de acordo com os meus objetivos/princípios de vida? Esta pergunta pode parecer ridícula para alguns (principalmente se se tratar de uma compra de baixo valor), mas, se esse é o seu caso, talvez seja altura de pensar sobre os seus objetivos. Assim como ter um objetivo de conseguir correr uma maratona e falhar sistematicamente os treinos não faz sentido, o mesmo acontece quando queremos ter dinheiro para aceder a coisas importantes (como uma casa melhor, acesso a bons cuidados médicos ou genericamente a uma vida melhor) e passamos a vida a esbanjá-lo de forma desorientada e em coisas que só servem para saciar impulsos de prazer imediato.

E, agora, algumas sugestões para as compras:

  • Faça uma lista do que precisa de comprar e do orçamento disponível;
  • Olhe para a lista uma segunda vez e veja se se sente confortável com as suas opções de compras;
  • Compare preços nas diversas lojas e veja se há promoções exclusivas nas lojas online;
  • Seja rápido. Planeie a sua visita à loja física e online tão cedo quanto possível, uma vez que alguns produtos podem esgotar.
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.