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Comunistas chineses em reunião magna durante quatro dias

Sessão plenária do Comité Central do Partido Comunista da China – onde o país decide os seus planos para o médio prazo, teve início esta segunda-feira, num quadro em que Xi Jinping não tem contestação.
8 Novembro 2021, 18h20

Durante quatro dias, até à próxima quinta-feira, 11 de novembro, cerca de 370 membros permanentes e suplentes estão reunidos à porta fechada num edifício militar no noroeste de Pequim, naquela que é a penúltima reunião do Comitê Central antes de o partido realizar o seu 19º Congresso, no próximo ano.

Os analistas consideram que a reunião vai determinar a sustentação do poder do presidente, Xi Jinping, que se tem vindo a consolidar ao longo dos últimos anos, colocando mesmo em dúvida que venha a ser substituído no próximo ano e ao cabo de dez anos, como é tradição.

O presidente chinês, que acumulou mais poder que qualquer outro líder desde Mao Tsé-Tung, foi bem-sucedido no Congresso anterior, em 2017, ao abolir normas que impunham um limite de tempo – dois mandatos de cinco anos cada – para a sua gestão.

Na agenda do plenário, uma questão parece ser fundamental: o debate e a ratificação da resolução do Comité Central sobre as principais conquistas e experiências históricas do século de luta do partido. Para o exterior, esta questão pode parecer puramente interna e meramente ideológica – mas as coisas não são bem assim.

É que, a consistência da história do partido até ao momento determina até que ponto o líder dos comunistas pode ou não impor a sua vontade a um comité que já teve mais poder que o atual.

O partido aprovou resoluções anteriores em momentos essenciais do seu percurso – mas principalmente do percurso da China na envolvente internacional, e o facto de preparar uma nova resolução quer dizer que o país se prepara para um ‘salto em frente’.

A esse salto não será estranho o facto de os Estados Unidos terem assumido que o antigo Império do Meio passou à condição de maior ameaça para os norte-americanos – onde pontifica ainda a questão da formação do AUKUS, que Pequim observa como uma tentativa, aliás coroada de êxito, de fazer crescer a tenção entre as duas maiores economias do mundo.

Ainda segundo os observadores, o mais provável é que as resoluções a sair da reunião magna do partido incidam preferencialmente sobre questões económicas e de cooperação a diversos níveis e com diversas regiões do globo.

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