Confederação do Comércio e Serviços critica greve geral: “Inédita na história da concertação social”
“O anúncio, neste momento, de uma greve geral, introduz entropia num processo que está longe de estar esgotado”, afirmou a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal esta sexta-feira em comunicado. “É negativo, no entender da CCP, para um processo de diálogo tripartido”.
A entidade liderada por João Vieira Lopes reconhece que as centrais sindicais UGT e CGTP “têm, naturalmente, toda a legitimidade para convocar uma greve geral”, mas sinaliza o “claro prejuízo que a mesma acarreta para cidadãos e empresas” e, sobretudo, critica o momento em que é feita: “O que nos parece menos razoável é que a mesma seja decretada antes de esgotados os mecanismos de negociação, o que é uma posição relativamente inédita na história da concertação social”.
A CCP elogia o Anteprojecto de Lei de reforma da legislação laboral proposto pelo Governo, que está na origem da greve, “num momento em que começam a existir sinais de dificuldades em muitos setores, seja pela conjuntura internacional, seja pelas transformações tecnológicas em curso”.
“É um instrumento que, sem configurar uma ruptura no nosso modelo de relações laborais, tem potencialidades para introduzir flexibilidade no mercado de trabalho, reforçando a produtividade nas empresas e, dessa forma, melhorando a resiliência das empresas e dos empregos”, defende a CCP.
A confederação diz que “sempre mostrou disponibilidade para, em sede de Concertação Social, negociar soluções que possam merecer a concordância das três partes” e sublinha que só com um acordo entre Governo, empregadores e sindicatos será possível “facilitar o processo de aprovação no Parlamento e garantir maior estabilidade futura às soluções propostas”.
“Para esta Confederação é fundamental, nesta altura, que se retomem as reuniões em sede de Concertação Social sobre este tema e que, nesse âmbito, se discutam soluções concretas com base no anteprojecto apresentado”, apela a CCP.
