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Conflito no Mar Vermelho pressiona exportadores chineses

A nova rota entre a Europa e a Ásia é mais longa do que a rota pelo Mar Vermelho, o que tem levado a atrasos recorrentes na entrega de mercadorias.
19 Janeiro 2024, 13h18

O Mar Vermelho não tem sido uma opção para as companhias de navegação, desde que vários navios foram alvo de ataques por parte de militantes Houthis. Esta mudança de rota entre a Europa e a Ásia já fez com que os preços dos fretes marítimos disparassem e que as cargas demorassem mais tempo a chegar ao seu destino.

Segundo Han Changming, um empresário chinês, as disrupções que se vivem no Mar Vermelho estão a comprometer a sobrevivência da sua empresa comercial na província de Fujian. O empresário revelou à “Reuters” que o custo para exportar um contentor para a Europa passou dos três mil dólares em dezembro, para os sete mil dólares.

“Estas disrupções já conseguiram acabar com o pequeno lucro que temos”, revela Han.

A rotura de uma das mais movimentadas e importantes rotas de navegação marítima expôs a vulnerabilidade da economia da China, que depende das exportações. O primeiro-ministro, Li Qiang, sublinhou no Fórum Económico Mundial, em Davos, a importância de manter uma cadeia de abastecimento global “estável e suave”.

A China pode enfrentar agora o perigo de as empresas avaliarem a sua estratégia de risco e optarem por transferir a sua produção para mais perto da sua sede, numa abordagem conhecida como ‘near-shoring’.

A continuação das disrupções sentidas no Mar Vermelho vão aumentar a pressão sobre a economia chinesa que está em dificuldades, uma vez que já enfrenta uma crise no sector imobiliário e uma fraca procura por parte dos consumidores.

A mudança de rota entre a Europa e a Ásia, agora feita através do Cabo da Boa Esperança, atrasa em duas semanas a entrega das mercadorias, o que tem efeitos na redução da capacidade global de contentores e na rotura de cadeias de abastecimento, uma vez que os navios demoram mais tempo a chegar aos portos para recarregar.

Já são algumas as empresas de logística que estão a reportar uma escassez de contentores no porto de Ningbo-Zhoushan, na China, um dos portos mais movimentados do mundo em termos de tonelagem de carga.

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